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Consenso de Washington é passado
"O Consenso de Washington tinha uma série de lemas básicos: regras simples para a política monetária e fiscal, que previam garantir a estabilidade, a desregulação e a privatização, liberalizando o crescimento e a prosperidade, e os mercados financeiros canalizariam os recursos para as áreas mais produtivas", explicou Strauss-Kahn.
"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington' já é passado", completou.
Diante da imposição de países emergentes como novos motores do crescimento mundial, esse consenso deve ser superado, mediante uma nova política econômica com ênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.
O Consenso de Washington, propagado durante os anos 1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado como responsável pela crise em países como Argentina ou em países em transição no Leste Europeu.
"Ao designar um novo marco macroeconômico para um novo mundo, o pêndulo oscilará - ao menos um pouco - do mercado para o Estado, e do relativamente simples para o relativamente mais complexo", completou Strauss-Kahn.
"Claramente, a política monetária deve ir além da estabilidade de preços, e velar pela estabilidade financeira", propôs Strauss-Kahn.
Isso não deve ser feito mediante a utilização da taxa de juros, mas com outros instrumentos, como liquidez, explicou.
É necessário um imposto sobre as atividades financeiras para forçar esse setor a assumir parte dos custos sociais de sua atividade inerentemente arriscada.
"Não me entendam mal: a globalização trouxe resultados positivos, e tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza", explicou.
"Mas a crise e suas consequências alteraram fundamentalmente nossa percepção", advertiu.
"Precisamos de uma nova forma de globalização, uma globalização com um rosto mais humano", acrescentou.
Os países ricos e emergentes devem continuar com sua cooperação no G20 para assegurar que os interesses nacionais sejam superados, pediu Strauss-Kahn.
O chefe do fundo endossou também as previsões de crescimento econômico mundial para 2011, anunciadas pelo órgão em janeiro.
"Prevemos algo em torno de 4,5% este ano", afirmou.

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