Lula faz balanço de governo

Em café da manhã realizado hoje com jornalistas que cobrem o dia-a-dia do Palácio do Planalto, o presidente Lula fez um balanço dos 8 anos de governo.
Para Ele, o pior momento do governo não foi o episódio do mensalão, mas a cobertura feita pela imprensa sobre o acidente da TAM em Congonhas, ocorrido em julho de 2007.
Lula também falou de 2014 e afirmou que só não vai apoiar a reeleição de Dilma, se ela não quiser ser candidata.
Confira alguns trechos do bate-papo:
Desencarnar 
– Estou interessado em passar por um processo de desencarnar da presidência. Se você deixar a presidência e continuar fazendo política, logo em seguida, você vai estar sempre com a presidência na cabeça... Acho que não é correto.
Vou passar um tempo sem me meter em política, sem dar palpite, sem querer ficar julgando ninguém. E tentar voltar a normalidade...
Legado 
- Quando for estudar o que significa a minha passagem pela presidência acho que os mais cuidadosos vão perceber que sou resultado de uma sociedade em processo de efervescência que culminou com a minha chegada na presidência.
A única coisa que tenho consciência é de que eu mudei a relação de estado com a sociedade e do governo com os movimentos sociais. Isso mudou definitivamente.
Eleições 
– Em 2014 eu trabalho com idéia fixa de que a nossa companheira Dilma será outra vez a candidata à Presidência da República.
É justo e legítimo que quem está exercendo o mandato e está fazendo um bom governo continue governando. Então, a Dilma será a minha candidata em 2014.
Só existe uma hipótese de a Dilma não ser candidata, ela não querer ser candidata.
Terceiro mandato – Acredito muito na democracia e na necessidade de alternância, da mudança das pessoas, da inovação das pessoas. É preciso ter sangue novo. Por isso que não pleiteei, se vale para mim, vale para os outros.
Se você pede o terceiro quer o quarto. Você pede o quarto e porque não o quinto? Ai você esta criando uma ditadurazinha. É por isso que não quis. Quanto mais crescia na opinião publica, mas eu achava que tinha que ter um paradeiro em dois mandatos.
Mágoa com a Imprensa – A mágoa mais profunda que tenho [dos dois mandatos] foi do acidente do avião da TAM, aquele avião que pegou fogo em Congonhas.
Se vocês analisarem bem, nós fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24h. Jogaram nas costas do governo, com uma facilidade enorme, a culpa pelo acidente da TAM e depois ninguém teve sequer a sensibilidade de pedir desculpas.
Ali foi o momento mais difícil, de peso nas costas... Não esqueço nunca o editorial que saiu publicado jogando 200 cadáveres na costa do governo. Nenhuma erratazinha fizeram.
Mensalão - Do ponto de vista pessoal, aquele [o acidente da TAM] foi muito pior, porque o outro [o mensalão] foi um problema político. O outro [o mensalão] estava no âmbito da política. E da política os partidos que tratem de resolver. 
Controle da Mídia 
– Não defendo o controle da mídia, mas a responsabilidade da mídia. A mídia brasileira precisa parar de achar que não pode ser criticada. Ela se dá o luxo de criticar todo mudo, mas quando se critica a mídia fala que é censura.
O dono do jornal ou da revista fazer a matéria que ele quer, contar a mentira que ele quer, isso é liberdade de imprensa. E criticar, é censura? É preciso apenas balizar corretamente isso ai.
Relação com Fernando Henrique Cardoso 
- Sou um homem que não levo para cada as divergências. O que vocês precisam entender  é que os tucanos são os principais adversários do governo. É normal que haja acirramento nas relações.
Do ponto de vista pessoal, na hora que encontrar com o Fernando Henrique Cardoso, voltamos a ser  amigos... vou respeitá-lo e espero que a recíproca seja a mesma.
Política externa 
– Primeiro, a decisão nossa de diversificarmos nossas relações internacionais. Depois quando o Jacques Chirac (presidente da França) resolveu nos convidar para participar do G8. Depois tem a nossa proposta de negociação com o Irã.

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