A presidente Dilma afirma apoiar a democracia das ruas. Pede um pacto social. O povo exige ações e transparências. As empresas têm CNPJ e as pessoas, CPF.
Eles nos desnudam para bancos, governos, empresas, imprensa etc. Há muito a ser revelado nas artes e manhas da administração pública.
Muitos indagam por que um sindicato nos representa, sejamos nós pedreiro, engenheiro, administrador ou gráfico? Os sindicatos, patronais ou de empregados, são dirigidos por grupos que deles se apoderam e não os largam. Arrecadam, sem pena. Vejamos o Sistema "S", criado pela ditadura Vargas, há 70 anos.
Cada Estado tem ricas federações com o grosso dinheiro das contribuições sociais de lutadores e patrões. Elas encastelam afilhados, realizam viagens para o nada, dão festas, prêmios e até prestam serviços sociais com cursos que, quase nunca, são gratuitos. Olhemos o caso da Federação das Indústrias de SP, a Fiesp, cujo grande prédio está iluminado de verde-amarelo, neste junho. Pois bem, o seu presidente usa o prestígio e os recursos da entidade para autopromoção a uma possível candidatura à Prefeitura de SP. Do lado dos trabalhadores, é o mesmo e ainda elegem deputados que apenas lutam pela manutenção de privilégios. E proliferam.
Não esqueça, por fim, que os governos sempre contratam as mesmas empresas para todos os serviços e obras. Elas recebem financiamentos do BNDES e até são associadas de órgãos estatais. O modelo se reproduz em alguns estados e municípios. É hora de abrir essa caixa preta. O povo quer e deve saber.
João Soares Neto
Escritor
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