Em entrevista ao El País, na edição de hoje, Gleen Greenwald assume, de novo, a postura desafiadora que mostrou, ontem, em sua entrevista ao The Washington Post, quando disse que tudo o que tinha seria publicado, ainda que fosse preso por isto.
Diz que há desespero em Sérgio Moro e que sua única saída tem sido a tentativa de desqualificar o jornalismo feito peloThe Intercept.
“Moro sabe que eu sei tudo o que ele disse e fez. E que vamos contar tudo”.
De fato, nem mesmo os mais empedernidos direitistas acreditam na fantasia de que as mensagens foram “inventadas”. O próprio El País, que recebeu parte dos arquivos, confirmou sua veracidade ao cotejá-los com outro participante dos grupos e com as mensagens de seus próprios repórteres a Deltan Dallagnol.
É, ao que parece, a adoção pelo jornalista de uma linha de proteção agora que se aproximam as mais graves e diretas revelações da “Vaza Jato”.
Penso que é uma atitude que vem da fraca reação da imprensa brasileira contra a notícia de que Moro teria mandado a Polícia Federal e o Coaf investigarem a vida pessoal do jornalista.
A frase de Greenwald deixa poucas dúvidas de a que ponte ele imagina que o ex-juiz, agora ministro, possa chegar:
Acredito que este Governo é repressor e autoritário, e acredito que Moro demonstrou que está disposto a violar todas as leis. Mas o que os torna perigosos é que agora eles se sentem desesperados.
A demolição dos “heróis da Lava Jato” é lenta. Mas já se viu que não sobrará pedra sobre pedra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário