Zé Dirceu -

Mais um capítulo do folhetim "Diálogo entre Lula e Fhc", publicado pela Folha
Folha de S.Paulo, em seu editorial de ontem (Acima dos Partidos), faz malabarismo para manter a versão que Lula procurou — “sinais enviados por Lula”,  segundo o jornal — Fernando Henrique Cardoso para um diálogo visando impedir o impeachment. Faz mais, pede um diálogo acima dos partidos. Como ninguém sabe, levando em conta o engajamento de FHC com o PSDB e de Lula com o PT.
Trata-se, para o jornal paulista, de cuidar do interesse nacional, dada a incapacidade do governo Dilma de lidar com a crise. Como se a oposição tivesse uma alternativa ao ajuste fiscal que tentou de toda maneira reprovar no Congresso. Mas o ajuste foi aprovado, ainda que com mudanças. Como aconteceria em qualquer governo, dada a composição da Câmara e do Senado.
O jornal fala em “concertação”  e no “papel dos governadores”, mesmo sabendo que esse papel é mínimo em se tratando da atual Câmara e da situação de penúria e de corte de gastos que vivem as administrações estaduais.
Chega a supor que o inexistente apelo de Lula foi feito como operação da dividir as hostes oposicionistas, como se o PSDB não tivesse dividido, com três candidatos a presidente. Comemora os comentários genéricos de dois ministros e do presidente do Instituto Lula, mas esconde que Lula não disse uma palavra…
A última pérola do editorial é que FHC discutiria a reforma política, por exemplo, se a agenda fosse clara e de conhecimento público. O editorial esconde que o PSDB votou totalmente a favor da contrarreforma política aprovada na Câmara, um mostrengo que o Senado está exterminando. Então agora o suposto diálogo é de interesse do Planalto e pode ser uma operação para dividir a oposição. É demais.

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