Neste 11 de setembro, quando devemos um tributo ao grande presidente Salvador Allende, derrubado e morto pelo mais violento golpe militar da América Latina há 41 anos, declaro ter dirimido todas as dúvidas para definir o meu voto para a Presidência do Brasil nas eleições do próximo dia 5 de outubro. E para sugerir aos parceiros de tantas jornadas que procedam a mesma reflexão.
Votarei em Dilma Rousseff, em primeiro lugar, por que o que há de pior neste país mobiliza-se histericamente contra ela. Se não fosse por tantas razões, essa seria suficiente.
Estão contra ela em frenéticas articulações os insaciáveis sanguessugas do nosso país, os banqueiros e empresários interessados na debilitação dos direitos trabalhistas, os políticos picaretas, muitos da atual base do governo, o oligopólio da grande mídia, os segmentos mais individualistas da classe média alta e todos os que amargamente se sentem ameaçados pelas políticas sociais de inclusão das camadas mais pobres, que se apegam com unhas e dentes a uma pirâmide social injusta e opressiva. Investem contra ela furiosamente os movidos pela hipocrisia e a manipulação, os interesses contrariados, os nostálgicos da ditadura militar, que a odeiam por seu passado rebelde, e os bolsões da intolerância e do preconceito.
Essa decisão me parece muita clara hoje. Vejo na valente Dilma Rousseff autoridade, segurança, firmeza, determinação e coerência em relação às questões estratégicas centrais.
Votarei em Dilma por que não quero a privatização política do Banco Central, sem qualquer controle dos poderes representativos da sociedade, como também não quero que voltem a despejar sobre os assalariados de todas as camadas sociais o peso de "remédios" ortodoxos contra a inflação, aqueles arrochos que mantinham o salário mínimo na faixa dos 70 dólares, enquanto os lucros desenfreados, com gordas remessas ao exterior, eram preservados e protegidos.
Votarei em Dilma por que acredito na Petrobras, na revolucionária descoberta do pré-sal, de onde extrairemos recursos efetivos para os grandes ganhos na educação e na saúde pública. Em outras palavras para que não entreguem de mão beijada a nossa maior empresa a um banco, como aconteceu com a Vale do Rio Doce, naqueles anos irresponsáveis de privatizações e desnacionalizações financiadas pelo BNDES.
Votarei em Dilma por que ela teve a coragem de levar a todo o país o programa MAIS MÉDICOS, trazendo profissionais comprometidos com a medicina preventiva e o seu caráter social, no que enfrentou com determinação o poderoso lobby da saúde mercantil.
Votarei em Dilma por que pela primeira vez vejo o combate público diuturno e implacável à corrupção, doa em quem doer, o exercício da mais absoluta liberdade dos órgãos policiais e do Ministério Público, o culto da transparência e a punição de todos os flagrados efetivamente em desvios de conduta. Esse combate corajoso não existia antes.
Votarei em Dilma pela firmeza de sua política externa, na formação de blocos independentes como os BRICs e o MERCOSUL, na aproximação com os países em desenvolvimento deste Continente, da África e da Ásia.
Ao declarar meu voto em Dilma Rousseff manifesto minha esperança na correção de rumos, no rompimento com amarras contingenciais, no resgate de um cenário político livre dos vícios atuais, através de uma reforma de profundidade que depure e fortaleça o aparelho público, tornando-o mais controlável e mais accessível ao conjunto da sociedade.
Esperança em que possamos abrir caminho para desprivatizar o Estado, livrando-o da nefasta hegemonia do poder econômico e dos seus prepostos no Parlamento, no Judiciário e em todos os poderes.
Esperança de que o povo seja efetivamente considerado nas grandes decisões, através de novas práticas que limite o poder de chantagem dos políticos sem escrúpulos e dos empresários que manipulam o aparelho público.
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Não tenho ilusões de que isso venha acontecer sem as pressões sociais, nem desconheço as limitações de alianças impostas por uma classe política que só pensa nos seus interesses, através de acordos que tenho criticado por tantos anos.
Mas tenho a firme convicção votar em Dilma é seguir o fio da história, livrando-nos de políticos que representam o retrocesso e à submissão contratada aos interesses mais nefastos, tão bem apontados por Leonel Brizola, é repudiar os títeres do capital financeiro e defensores contumazes do realinhamento incondicional ao império decadente.
Por isso, o voto em Dilma nesta eleição é a mais segura opção da lucidez, da coerência e do patriotismo.
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