Homofóbico é gay inrustido?


Novo estudo realizado por universidades dos Estados Unidos reforça o que o pai da psicanálise já tinha mostrado no século passado: pitboy homofóbico é gay reprimido
Formação reativa. Esse era o nome dado pelo psicanalista Sigmund Freud aos mecanismos de defesa psicológicos inconscientes de indivíduos que querem camuflar e proteger seus desejos ou sua sensibilidade. Para o desespero dos pitboys homofóbicos, uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos atesta: a homofobia é uma manifestação de pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo, mas reprimem esse sentimento.
Em outras palavras, ao ver um pitboy, desconfie. Para quem não sabe do que se trata, vale recorrer ao Santo Wikipédia: “O pitboy é um estereótipo ligado a indivíduos do sexo masculino, de grande porte físico e que habitualmente se envolvem em brigas. Dentre os elementos comuns ao estereótipo, estão o de frequentar academias de musculação e praticar artes marciais, bem como, ao que o próprio nome indica, possuidor cachorro da raça pitbull”. O comportamento quase sempre de aversão aos homossexuais partindo desse e de outros tipos é, no fundo, uma aversão a si mesmo, como dá a entender a pesquisa.
O novo estudo foi realizado pelas universidades de Rochester, Essex e Califórnia, nos Estados Unidos, e revela, em resumo, que o comportamento agressivo em relação aos homossexuais seria uma forma de reprimir o desejo sentido que, por uma série de motivos, o indivíduo considera errado. Entre esses motivos estaria a criação recebida dos pais, por exemplo. 
Publicada este mês no Journal of Personality and Social Psychology, a pesquisa foi composta por quatro experimentos, cada  um envolvendo em média 160 estudantes universitários, entre alemães e norte-americanos. Com o objetivo de demonstrar a atração sexual explícita e implícita dos participantes, os pesquisadores mediram a incoerência entre o que as pessoas diziam sobre sua orientação sexual e como eles reagiam durante uma tarefa.
Experimentos
No primeiro experimento, palavras e imagens eram mostradas aos participantes na tela de um computador. Os pesquisados deveriam classificar essas palavras e imagens como "gay" ou "hétero". Na segunda etapa, os estudantes foram incentivados a buscar fotos de pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto. Ambos os testes foram realizados para entender a atração sexual implícita.
Nos terceiro e quarto testes, os pesquisadores estudaram o tipo de criação familiar dos estudantes e suas opiniões políticas e crenças. Para medir o nível de homofobia no seio familiar, os participantes responderam questões como: "Seria perturbador para minha mãe descobrir que ela estava sozinha com uma lésbica" ou "Meu pai evita homens gays sempre que possível". 
A pesquisa fornece, enfim, novas evidências para apoiar a teoria psicanalítica de que a ansiedade, medo e aversão por pessoas homossexuais pode ser uma reação de quem se identifica com o grupo, mas não aceita isso. Segundo a pesquisa, são pessoas que reprimem e negam seus instintos e desejos por ter medo do julgamento alheio.
Amor próprio
O Secretario de Cultura da Associação em Defesa do Amor entre iguais (grupo Adamor), Jadson Ibrahim, considera que a homofobia é um comportamento de quem não tem amor próprio. “É um comportamento desprezível, que tem que ser desaprovado. Os homofóbicos são pessoas que não têm amor ao próximo e nem a si mesmo, que não aceitam as diferenças, querem que as pessoas sejam iguais”, avalia.
Ele considera ainda que os comportamentos homofóbicos já não são cabíveis em pleno século XXI, já que hoje está muito mais fácil “sair do armário”. “Eu não entendo como uma pessoa tem atração por outra se rebela e a agride”, questiona.
Jadson, que estuda artes cênicas e atua como transformista lembra com indignação que, recentemente, dois amigos seus foram espancados brutalmente em plena Estação Pirajá, em Salvador, porque estavam de mãos dadas. “Foi porque eles acharam bonito? Não! Foi porque eles têm o ódio dentro do coração deles. A homofobia é um ato desprezível”, lamenta-se.
Ajuda
A homofobia, assim como qualquer tipo de preconceito, pode ser uma reação comum de estranhamento diante das diferenças, mas há um limite. Quando levada a situações extremas, tal qual o espancamento citado pelo ativista do grupo Adamor, merece atenção e deve ser punida, pois é crime.
No entanto, creio que a pesquisa publicada pelo Journal of Personality and Social Psychology leva ao entendimento de que reações homofóbicas exageradas podem ser indícios de que a agressividade contra o outro pode ser, sobretudo, uma agressividade contra si mesmo. Homofóbicos radicais e pitboys inveterados podem ser pessoas precisando de ajuda psicológica para encontrar o equilíbrio. Afinal, todos nós temos algo de feminino e algo de masculino, de acordo com a teoria psicanalítica junguiana. É preciso um trabalho contínuo para equilibrar essas partes.
http://www.bahia247.com.br/pt/bahia247/culturaecomportamento/7638/Homofobia-Freud-j%C3%A1-explicava!.htm

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