Nas poucas horas em que permanecerá no Uruguai, hoje, a presidente Dilma Rousseff será substituída pelo vice Michel Temer. Na base aérea de Brasília, a transmissão do cargo imitará a cerimônia do cachimbo da paz que os militares americanos celebravam com os peles-vermelhas, assegurando-lhes a permanência em terras que logo depois seriam tomadas. Nem Dilma nem Temer fumam, mas a dúvida é saber quem será o general Custer. Porque o dia de Little Big Horn está próximo. Depois dos inusitados acontecimentos da semana passada, unem-se as diversas tribos do PMDB para cercar e tentar liquidar o general Antônio Palocci. Tanto faz, pois a verdade é que apesar de uma suposta vitória efêmera, com o passar do tempo os índios acabarão dizimados e confinados em sórdidas reservas ministeriais, com os brancos ocupando todo o território.
A imagem sugere o PMDB sendo afinal vencido pela força do governo. Dos seis ministros que o partido indicou, até agora três já fizeram chegar à presidente Dilma que ficam com ela. Os outros três estão chegando. Ao mesmo tempo as bancadas no Congresso já começaram a se dispersar, abandonando o chefe Cavalo Louco, perdão, Henrique Alves. Que digam os senadores, prontos para alterar o texto do Código Florestal de acordo com as instruções do palácio do Planalto.
Em suma, prevalece aquela história de que ganha quem tem a caneta, não o cachimbo. O PMDB acabará confinado às suas reservas.
por Carlos Chagas
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