O governo pretende ter obtido novo fôlego com a mudança no núcleo político. Mudar traz novos ares, a esperança do recomeço, a renovação do otimismo.
A troca de guarda mobiliza energia para enfrentar as pressões, ganha-se um tempinho antes de novamente as promessas serem expostas à vida real.
Mas a moeda tem outro lado.
Uma derrota congressual precipitou a cirurgia no coração do Palácio do Planalto. Em linguagem futebolística, o governo tomou um gol e o técnico mexeu no time. Na teoria, o time vai melhorar.
Mas o placar continua lá, marcando 1 a 0. Além de trocar jogador, o time da presidente Dilma Rousseff precisa fazer gol. E parar de tomar gol.
Os técnicos de futebol explicam que o bom ataque começa pela boa defesa. O primeiro movimento da nova coordenação política será encontrar jeito de não cair nas armadilhas já engatilhadas no Congresso Nacional.
Entre elas a votação da Código Florestal no Senado e a tramitação de duas Propostas de Emenda Constitucional, a das verbas para a saúde e a do piso nacional para policiais militares.
Legislativo forte é sinônimo de mais gastos. É uma lei geral, da qual não se conhece exceção.
Já a administração Dilma Rousseff tem no futuro próximo preocupação oposta: precisa caprichar no ajuste fiscal, precisa produzir um superávit primário suficientemente robusto para acalmar o Banco Central, para evitar um aperto ainda maior dos juros.
A aposta fundadora deste governo para a economia foi um gradualismo que fizesse a inflação convergir suavemente para a meta no médio prazo, mas sem afetar o crescimento.
O avião começou a balançar, o piloto piscou e o BC mandou avisar que vai estender o aperto por tempo suficiente. E a desaceleração vem vindo com vontade.
É um momento delicado. Se o governo lá atrás apostou numa estratégia cujo pressuposto era tudo dar certo, todas as variáveis estarem sob controle e trabalhando pelo bem, precisa prestar atenção para não enfiar o avião na tempestade perfeita.
Que combinaria fraqueza político-congressual, vazamentos crescentes na austeridade fiscal e pressões igualmente crescentes sobre o braço monetário da política econômica.
O risco é sabido: condenar o governo Dilma à mediocridade do crescimento baixo com inflação não tão baixa assim. E à instabilidade política.
O governo tem como contornar as nuvens perigosas. Basta fazer o que qualquer um faz no começo.
Promover um aperto geral e emitir sinais aos aliados de que os mais fiéis da época de vacas magras serão devidamente contemplados na hora das vacas gordas, para usar a imagem bíblica.
Só que isso exigirá liderança da presidente. Ela talvez precise ser tão assertiva na ação cotidiana quanto foi para trocar os ministros. Sem entretanto resvalar na teimosia e na autossuficiência que carimbaram o passaporte da derrota no Código Florestal.
Cujas consequências só puderam ser avaliadas depois. Para alegria incontida dos seguidores do Conselheiro Acácio.
Não será tão difícil atravessar a turbulência, se o governo estiver bem amarrado e ajustado na política. Agora é hora de o sujeito que está no barco olhar para quem não está e se sentir feliz.
O problema é que anda difícil encontrar neste governo quem esteja feliz por fazer parte dele, com a natural exceção dos pouquíssimos prestigiados pela presidente.
Daí a dureza da tarefa da nova ministra de Relações Institucionais. Cuja missão não tem grandes segredos. Mas deveria ter sido iniciada faz pelo menos seis meses.
A troca de guarda mobiliza energia para enfrentar as pressões, ganha-se um tempinho antes de novamente as promessas serem expostas à vida real.
Mas a moeda tem outro lado.
Uma derrota congressual precipitou a cirurgia no coração do Palácio do Planalto. Em linguagem futebolística, o governo tomou um gol e o técnico mexeu no time. Na teoria, o time vai melhorar.
Mas o placar continua lá, marcando 1 a 0. Além de trocar jogador, o time da presidente Dilma Rousseff precisa fazer gol. E parar de tomar gol.
Os técnicos de futebol explicam que o bom ataque começa pela boa defesa. O primeiro movimento da nova coordenação política será encontrar jeito de não cair nas armadilhas já engatilhadas no Congresso Nacional.
Entre elas a votação da Código Florestal no Senado e a tramitação de duas Propostas de Emenda Constitucional, a das verbas para a saúde e a do piso nacional para policiais militares.
Legislativo forte é sinônimo de mais gastos. É uma lei geral, da qual não se conhece exceção.
Já a administração Dilma Rousseff tem no futuro próximo preocupação oposta: precisa caprichar no ajuste fiscal, precisa produzir um superávit primário suficientemente robusto para acalmar o Banco Central, para evitar um aperto ainda maior dos juros.
A aposta fundadora deste governo para a economia foi um gradualismo que fizesse a inflação convergir suavemente para a meta no médio prazo, mas sem afetar o crescimento.
O avião começou a balançar, o piloto piscou e o BC mandou avisar que vai estender o aperto por tempo suficiente. E a desaceleração vem vindo com vontade.
É um momento delicado. Se o governo lá atrás apostou numa estratégia cujo pressuposto era tudo dar certo, todas as variáveis estarem sob controle e trabalhando pelo bem, precisa prestar atenção para não enfiar o avião na tempestade perfeita.
Que combinaria fraqueza político-congressual, vazamentos crescentes na austeridade fiscal e pressões igualmente crescentes sobre o braço monetário da política econômica.
O risco é sabido: condenar o governo Dilma à mediocridade do crescimento baixo com inflação não tão baixa assim. E à instabilidade política.
O governo tem como contornar as nuvens perigosas. Basta fazer o que qualquer um faz no começo.
Promover um aperto geral e emitir sinais aos aliados de que os mais fiéis da época de vacas magras serão devidamente contemplados na hora das vacas gordas, para usar a imagem bíblica.
Só que isso exigirá liderança da presidente. Ela talvez precise ser tão assertiva na ação cotidiana quanto foi para trocar os ministros. Sem entretanto resvalar na teimosia e na autossuficiência que carimbaram o passaporte da derrota no Código Florestal.
Cujas consequências só puderam ser avaliadas depois. Para alegria incontida dos seguidores do Conselheiro Acácio.
Não será tão difícil atravessar a turbulência, se o governo estiver bem amarrado e ajustado na política. Agora é hora de o sujeito que está no barco olhar para quem não está e se sentir feliz.
O problema é que anda difícil encontrar neste governo quem esteja feliz por fazer parte dele, com a natural exceção dos pouquíssimos prestigiados pela presidente.
Daí a dureza da tarefa da nova ministra de Relações Institucionais. Cuja missão não tem grandes segredos. Mas deveria ter sido iniciada faz pelo menos seis meses.
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