gratulação

No torvelinho das aflições, fácil é para o homem esquecer-se das doações superiores com que o Senhor da Vida o aquinhoou.

Por qualquer insignificante problema, a contrariedade lhe tisna a lucidez, fazendo que blasfeme ou se desgaste em injustificável rebelião. Diz-se comumente que a vida não merece ser vivida, pois que somente decepções e lutas se amontoam por todo lado, em torva conspiração contra a paz.

E há tanta beleza e harmonia na Terra!

No entanto, acostumado às bênçãos, não as aquilata devidamente, reportando-se ao seu valor somente quando as circunstâncias o privam de qualquer uma dessas concessões.

Necessário é, portanto, sair um pouco do castelo do eu para examinar com lucidez a Casa do Pai Criador e valorizar os tesouros de que pode dispor, exaltando a glória do viver.

Se possuís visão, recorda os que a perderam. Se dispões da audição, pensa nos que não conseguem ouvir.

Se podes movimentar-te, evoca os limitados na paralisia.

Se desfrutas saúde, considera os padecentes das múltiplas enfermidades.

Se és aquinhoado com um lar, examina a situação dos desabrigados.

Se te fizeste pai ou mãe, tem em mente os que não lograram fruir tal aspiração.

Se reténs os valores transitórios, medita a respeito dos que nada possuem.

Mas se te escasseia esta ou aquela dádiva, tem paciência e espera.

Ninguém na Terra se encontra afortunadamente completo, como ninguém há que esteja em abandono total.

Aqueles que te parecem felizes, apenas parecem. E os que se te afiguram desgraçados, estão temporariamente resgatando dívidas, dirigidos por sábios desígnios.

Gratidão é rara moeda entre os homens. Habituados à ambição desenfreada, da vida somente desejam gozar, sem outra aspiração, aquela que conduz à plenitude permanente, a dos valores imperecíveis.

Os problemas são frutos da inércia do próprio homem que, negligente, acumula dificuldades, por egoísmo, desaire ou precipitação.

A vida é um desafio que merece carinhoso esforço de coragem e significativa contribuição de trabalho.

Ser grato pela oportunidade de crescer, significa o mínimo que se pode responder a esse empreendimento que é a reencarnação.

Todos rogam atingir novas metas, sem embargo não se fazem reconhecidos do Senhor pelos alvos lobrigados.

Gratidão, por isso, nas horas da agonia, como do testemunho, mediante a humildade ante as provações redentoras, necessárias.

Em qualquer situação em que te encontres, agradece a Deus, abençoando por meio da confiança no futuro as horas difíceis do presente.

Convidado diretamente ao desespero, não olvides as alegrias fruídas, e, conduzido à rebeldia, recua na direção da paz já desfrutada.

(...)

Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

Fonte: do livro "Florações Evangélicas"

http://coletaneas-essenciais.blogspot.com.br/2013/07/gratulacao.html

rever a Lei Rouanet

No Ceará, jovens de áreas vulneráreis da capital tornam-se bailarinos profissionais. Em São Paulo, uma escola de música é construída e mantida no centro da mais populosa comunidade paulistana. No Piauí, mais de mil jovens estudam música, tendo na arte a única oportunidade de profissionalização. Em 2011, a exposição de arte mais visitada no mundo foi "O Mundo Mágico de Escher", do artista holandês Mauritius Escher. No Brasil, teve uma visitação média de 9.677 pessoas/dia, fato registrado pela revista americana "The Art Newspaper". O sucesso de público dessa exposição deve-se, em especial, à gratuidade, ao programa educativo e à localização com acesso fácil por transporte público. O que tudo isso tem em comum?

A utilização do mais importante mecanismo de financiamento da cultura.

É a Lei Rouanet, mecanismo que já investiu mais de R$ 15 bilhões na cultura, viabilizando mais de 40 mil ações culturais em todos os estados. São projetos de diversas vertentes, dos mais remotos lugares: festivais de música, de cinema, de dança e de teatro; bienais de artes visuais e festas literárias; preservação do patrimônio histórico nacional; orquestras, grupos sinfônicos, cameratas e bandas de música; festas populares, bumbas-meu-boi, maracatus, folguedos e manifestações tradicionais; gastronomia, moda, arquitetura e design.

A Lei Rouanet já tem 22 anos e, claro, precisa de revisão.

Precisamos de uma ferramenta de financiamento da cultura brasileira que possibilite a realização de ações culturais em todos os estados, garantindo a distribuição dos recursos entre as regiões de forma mais justa e republicana.

Henilton Menezes
secretário do Ministério da Cultura

real

Numa relação amorosa sempre existem três versões.
A minha.
A sua.
E  nossa.
As duas primeiras são mentiras
A terceira é a verdadeira.

Seu Lunga

Na pintura

mesmo assim

esconde esconde, Jânio de Freitas

A acusação do senador Aécio Neves e de outras eminências do PSDB ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de envolvê-los em ilicitudes para desviar as atenções postas nos petistas presos, não resiste a um simples olhar aos jornais ou telejornais. Até um exame médico de José Genoino continuou mais importante do que a distensão EUA/Irã, do que um pronunciamento conservador do papa aparentemente inovador, do que manifestações de entidades de magistrados e da OAB contra o presidente do STF --e, claro, do que o tal envolvimento de peessedebistas.

Mas uma parte e outra tornam necessárias mais duas linhas investigatórias nessa história de corrupção nas licitações de metrô e trens em São Paulo. "Mais duas" não é bem o caso, porque até agora sabe-se de investigações que o Ministério Público Federal em SP deixou de fazer, mas nada se sabe com certeza de investigação em processamento. A propósito, as condutas que, por vários anos, evitaram investigações aqui e até uma singela colaboração do MP com a investigação suíça deveriam ser objeto de inquéritos rigorosíssimos. Tanto no próprio Ministério Público Federal no Estado, apesar de pouco promissor contra a força do corporativismo, quanto no plano federal, pelo dano a relações internacionais do país.

Aécio Neves começou por acusar de manobra a entrega à Polícia Federal, pelo ministro, de uma carta em que é feito o envolvimento de políticos do PSDB com a corrupção. Mas o que Cardozo deveria fazer senão entregá-la à PF? Ao que parece, o que se deseja é exatamente que toda suspeita de corrupção, como faz a carta, seja encaminhada à PF e suas congêneres. O original da carta, porém, segundo as eminências do PSDB, não incluiria citação alguma ao seu partido, só existente na versão divulgada. Ao que Cardozo responde com a informação de que a carta exibida pelo PSDB, sem as incriminações, tem menos folhas, ou menos texto, do que o original por ele recebido e encaminhado à PF.

Nesta altura, os dois lados nos lançaram no terreno do inacreditável. Aécio Neves, José Eduardo Cardozo e José Aníbal são igualmente inimagináveis como autores ou como coniventes em acréscimos ou supressões documentais para incriminar adversários políticos. Há algo estranho e encoberto no confronto de leviandades mutuamente atribuídas.

Estar encoberto é o traço característico da sequência que começa em dinheirama correndo debaixo de mesas governamentais, segue em contratos que escondem os valores corretos e mergulha no arquivo do Ministério Público Federal em São Paulo, onde uma correspondência de investigação se esconde e esconde a própria investigação -esta, feita na Suíça porque o Brasil não a faz. É necessário e urgente interromper a característica do caso, para esclarecer os sigilos da carta. Um dos lados vai sair mal do esclarecimento. Mas isso, provavelmente, começará a esclarecer o mais importante. Talvez, o mais escondido na história toda.

Tweet de Leandro Fortes (@leandrofortes)

Quando o assunto é PSDB, tudo que sai na mídia é "suposto": o tráfico, o cartel, o mensalão e, principalmente, o jornalismo.