Amor, meu grande amor


ângela Ro Ro

Crônica semanal de Luis Fernando Veríssimo

Acho que falo por todos os gordinhos sem graça do mundo, por todos os homens por quem ninguém dá nada, todos os com cara daqueles tios que nas festas de família ficam num canto e nem os cachorros lhes dão atenção, ou fazem xixi no seu sapato, todos os que se apaixonam, mas não têm coragem de se aproximar da mulher amada, quanto mais declarar sua paixão, todos os que são chamados de "chuchu", mas não é um termo carinhoso, é uma referência ao legume sem gosto, todos os sem sal, os sem encanto, os sem carisma, os sem traquejo, os sem lábia — enfim, os sem chance — do mundo se disser que o François Hollande é o nosso herói. Ele é tudo que nós somos e não somos. É um dos nossos, mas com uma diferença: no caso dele era disfarce.

A companheira de Hollande, Valerie Trierweiler, que mora com ele no palácio presidencial e o acompanha em eventos oficiais e viagens, e que também é chamada de Rottweiler pela ferocidade canina da sua dedicação ao presidente, está internada com uma crise nervosa provocada pela revelação de que François tem uma amante, a atriz Julie Gayet, com quem costuma se encontrar num apartamento perto do palácio.

 

François Hollande, presidente da França

 

Hollande já teve como companheira uma das mulheres mais interessantes da França, Ségolène Royal, com quem a fera teve quatro filhos. A pergunta que se faz na França é: o que exatamente esse homem tem que explique seu sucesso com as mulheres? A questão não tem nada a ver com direito à privacidade. Trata-se de uma curiosidade científica. Se o que ele tem, e disfarça com aquela cara, puder ser reproduzido em laboratório será um alento para a nossa categoria.

E nossa admiração só aumenta com os detalhes das escapadas de Hollande. Ele vai para seus encontros com Julie numa motocicleta. O Hollande vai para seus encontros com a amante montado numa motocicleta! Pintado no seu capacete, quem sabe, um galo, símbolo ao mesmo tempo da França e do seu próprio vigor. Ainda há esperança, portanto. Se ele pode, nós também podemos. Pois se François Hollande nos ensina alguma coisa é que biologia não é, afinal, destino.

Dirceu não menospreza a ofensiva da direita

A ofensiva da direita conservadora, aliada a parte da imprensa, atravessou 2013 e chegou a 2014 ampla, intensa e ferozmente. A tentativa de desconstrução do governo – como denunciou aqui neste blog diversas vezes o ex-ministro José Dirceu – se mantém como instrumento preferencial da oposição em busca do poder neste ano eleitoral.

É fundamental – e aqui apenas repetimos o que Dirceu sempre ressaltou – que o PT, o governo e a esquerda reajam contra essa campanha. Que enfrentem a luta política.

A "guerra psicológica", expressão usada pela presidenta Dilma Rousseff para se referir a tal ofensiva, envolve, além de boa parte da mídia, "analistas" e instituições que representam o conservadorismo no país.

A ofensiva é ampla. Para ficar apenas em alguns recentes exemplos, citamos a manutenção do terrorismo com a política fiscal, o alarmismo com a inflação, os permanentes ataques à política social, a campanha contra os impostos e a carga tributária, contra a Copa e contra o grau de investimento do país.

E ela não fica só plano federal. Na capital paulista, cuja prefeitura é do PT, tivemos recentemente a derrubada –via politização do judiciário – do reajuste do IPTU em São Paulo, a decisão do Tribunal de Contas do Município de barrar a criação dos corredores de ônibus e a determinação judicial para criar 150 mil vagas em creches. Este último ponto exige mais investimentos, no entanto a mesma Justiça suspendeu o reajuste do IPTU…

A cara da direita

Um amigo deste blog lembrou recentemente um clássico artigo no qual Roberto Schwarz diz que, se no final da década de 1960, um estrangeiro viesse ao Brasil, entrasse numa livraria, fosse ao banco, ouvisse uma música ou assistisse a um debate, ele teria a ilusão de que o país era governado pela esquerda, e não pela direita.

Hoje, disse esse mesmo amigo, acontece a mesma coisa, mas com sinal trocado. Se alguém entrar em uma livraria, ouvir um debate, dedicar-se a ler jornais, revistas e ouvir rádio e TV, vai acreditar que o Brasil é governado pela direita, e não pela esquerda.

Apenas um parêntese: nesse mesmo clássico ensaio, Schwarz deixa claro que, apesar da hegemonia da esquerda na produção cultural no fim da década de 60, nos meios de comunicação havia a hegemonia da direita. Isso até hoje não mudou.

Imaginário conservador

Engana-se quem menospreza a ofensiva da direita. O argumento de que ela não surtirá efeito prático – dado que a maioria do país vê um cenário diferente do que lhe é apresentado, com emprego e renda em alta, portanto não se deixaria manipular eleitoralmente – não convence.

O que está em jogo é mais do que isso.  As campanhas midiáticas e, em determinados casos, institucionais contra o governo pode ter consequências na formação de um imaginário conservador. Nãos e trata apenas de melhorar a vida da população – como vem sendo feito nos últimos 11 anos –, mas também de mostrar a representação de um país em mudanças. Sem isso, as próprias mudanças podem se perder.

Não podemos mais assistir a tudo isso na defensiva, estáticos diante de uma enxurrada de comentários conservadores.

Como ressaltou o economista Paul Singer em recente artigo na Folha de S.Paulo, "os que reagimos aos excessos do neoliberalismo temos em vista, acima de tudo, preservar e enriquecer a democracia em nosso país, como garantia de que a luta por uma sociedade mais justa poderá prosseguir até que seus frutos possam ser usufruídos por todos".

É preciso ir à luta política. É preciso fazer o enfrentamento político.

do Blog do Dirceu

Luis Nassif e o panorama político visto de Minas

Dias atrás publiquei a coluna "O panorama político visto do Planalto". Vamos ver o panorama visto das Alterosas.

Setores próximos a Aécio Neves não entenderam seus lamentos em relação à frustração do apoio do PSB de Eduardo Campos a Geraldo Alckmin em São Paulo. Presumem que foi por solidariedade a Alckmin.

Do ponto de vista político, foi bom para sua candidatura.

Nas hostes aecistas, a visão sobre a dupla Eduardo Campos-Marina Silva é a mesma da cúpula do governo Dilma. Não haverá como não aflorar mais contradições entre ambos. Nas pesquisas, Marina é mais forte que Eduardo – sem ela, Eduardo não sai dos 10% - e irá se prevalecer dessa posição para impor propostas nem sempre estrategicamente adequadas.

Ontem mesmo o PPS cobrou o apoio a Eduardo Campos, sustentando que a contrapartida seria a aliança com o PSDB paulista.

Um dos pontos vulneráveis da candidatura Aécio é a pouca consistência dos seu programa de governo.

Em março, o governador mineiro Antônio Anastasia deixará o governo do Estado e até junho, quando começa a campanha para o Senado, coordenará os estudos para o programa de governo de Aécio. Traz em seu currículo a coordenação dos dois programas vitoriosos de governo de Aécio, quando governador de Minas.

Candidato a presidente, Aécio é azarão; ao governo de Minas, seria favorito. Uma eventual derrota do PSDB para a presidência e para os governos de Minas e São Paulo liquidaria o partido.

Para o grupo de Aécio, não existe esse tipo de preocupação. A aposta é que em Minas, com ou sem Aécio o PSDB é favorito.

Minas é diferente do restante do país, explicam por lá.

Hoje em dia, 80% dos prefeitos mineiros estariam na base de apoio do governo mineiro, independentemente de partidos políticos, incluindo 20% dos prefeitos eleitos pelo PT. Aliás esse mesmo percentual de prefeitos petistas assinou em 2010 carta de apoio a Aécio, contra a candidatura de Hélio Costa.

Na campanha de 2010, o próprio candidato do PT ao Senado, Fernando Pimentel, tratou de não ligar sua imagem a de Hélio Costa. Na prática acabou fazendo dobradinha com Aécio, para as duas vagas ao Senado.

Nos dez anos de poder, o grupo de Aécio nunca forçou candidaturas municipais de filiados ao PSDB. Sendo da base de apoio, pouco importa o partido político.

Não preocupa o PSDB mineiro o fato do futuro candidato do partido Pimenta da Veiga estar há anos afastado da política. Acredita-se que quando a campanha começar, e ficar clara a indicação dele por Aécio, haverá a migração dos votos, assim como houve com Anastasia – que começou a campanha contra Hélio com 3% dos votos contra 48%, e terminou vencendo no primeiro turno.

Não levam em conta a enorme taxa de rejeição a Hélio Costa, que não se repete em Fernando Pimentel.

Outro trunfo do partido, segundo ele, é a vaga de vice senador na chapa de Anastasia. Se Aécio vencer para presidente, Anastasia se afastará do Senado para ocupar cargo-chave na sua administração. Mesmo na hipótese de Aécio não vencer, cargos executivos atraem muito mais Anastasia do que os embates retóricos no Senado.

No mundo falocêntrico de mafiosos e gângsters americanos da primeira metade do século XX, as mulheres dividiam-se basicamente em duas espécies: as prostitutas ou amantes — que deviam dispor-se apenas a favores ou serviços sexuais — e as esposas, que deviam ficar em casa cuidando da próxima geração da famiglia.
Porém, nesse habitat patriarcal, algumas mulheres tentaram abrir caminho na direção de uma terceira possibilidade, distante desses dois estereótipos: 
são as mob molls.
O texto a seguir foi inspirado em uma rápida matéria fotográfica do NY Daily News, mas tivemos a pretensão de ir mais a fundo na pesquisa das histórias por trás das imagens.
É difícil traduzir a palavra moll, pois, em sua origem remota, significa “rameira” ou “prostituta”, e não é disso que se trata. As “molls” eram as companheiras dos gângsters e mafiosos que se envolviam em suas atividades criminosas, em maior ou menor grau de cumplicidade. Completando o termo, “mob” era um dos jeitos de chamar a máfia.
É impossível contar a história do crime organizado americano sem falar delas.

Bom dia

Bom dia