A moda de colorir

por Janio de Freitas
A direção mudou. Mas não muda o peso de verdade dado a umas poucas palavras acusatórias vindas, sem provas ou indícios, de pessoa com idoneidade inatestável. E as instituições políticas se abalam, jornalistas falam de futuras retaliações e derrubadas entre Câmara e Presidência, políticos espertalhões pensam em um acordo de compensações com impeachment de Eduardo Cunha e impeachment de Dilma. Claro, Estado de Direito e democracia à brasileira.
Tudo que se passou na política desde a segunda posse de Dilma Rousseff esteve, e está, condicionado pelo retorno ao poder do grupo Collor, ocupante das presidências de Senado e Câmara com Renan Calheiros e Eduardo Cunha, discípulo que encantou PC Farias. É apenas lógica a volta do próprio Fernando Collor à projeção, acompanhado, entre outros, de Pedro Paulo Leoni Ramos, que foi o seu encarregado de neutralizar a rede de informações e negócios do SNI, para maior tranquilidade das transações colloridas.
Deputados e senadores, com exceções exíguas, outra vez aceitaram bem o domínio e as práticas do collorismo. Associação, e em muitos casos sujeição, bem ilustrada no silêncio de Aécio Neves e do PSDB, capazes de pedir na Justiça a cassação do mandato presidencial com base em uma frase de delação premiada, mas emudecidos quando a mais grave das acusações a políticos cai sobre Eduardo Cunha.
Essa situação de Câmara e Senado não precisará esperar a comprovação ou negação da culpa de Eduardo Cunha para receber efeitos políticos importantes. Tanto mais que ele sentiu o golpe. Sua resposta de superioridade quando esteve na expectativa de uma visita policial substituiu-se, em apenas 24 horas, por um jorro de agressões patéticas, evidência de tombo e descontrole. Eduardo Cunha não imaginaria, a sério, que o governo dirija o procurador-geral da República, nem Rodrigo Janot obrigou delator algum a difamar Eduardo Cunha. Nem o juiz Sergio Moro detém indevidamente o inquérito em que Eduardo Cunha é acusado da extorsão de US$ 5 milhões.
O enfraquecimento de Eduardo Cunha é imediato, embora parcial. Se a acusação não for eliminada no recesso parlamentar, a iniciar-se amanhã, os projetos induzidos na Câmara por seu presidente já serão recebidos, no Senado, sem a complacência interesseira ou temerosa dada a Cunha. O PSDB, por exemplo, não será o mesmo da semana passada.
Citar Eduardo Cunha já é meia lembrança de Renan Calheiros. O enfraquecimento de um alcança o outro. Mas na Câmara é que a provável permanência da acusação tem o maior campo de influência. Cunha adiou para agosto a votação final de alguns projetos, convencido de que os deputados voltarão radicalizados pelos eleitores. Mas as aprovações obtidas por Eduardo o foram acima de tudo por suas manobras e articulações. No caso de seu enfraquecimento, a esperteza encontrará, no mínimo, um ambiente incerto.
Para completar, a situação de Eduardo Cunha é muito mais complicada do que o enfrentamento a uma afirmação breve de delator bem premiado. Ele o prova, descontrolado a ponto, por exemplo, de desmentir-se em apenas horas. Mal acabara de repetir que passar à oposição –na qual, de fato, sempre esteve– não influiria na conduta de presidente da Câmara, correu a aprovar duas CPIs contra o governo. Na porta do recesso. Desespero raivoso é isso aí.
na Folha de São Paulo



Charges

Pra desopilar



Charge do Dia

A República do Cunhinistão
- alicerçada no financiamento eleitoral por empresas -
(Que para eles [Psdb incluso] é doação. Quando é para o PT é propina)
Sei, sei...



A esquerda que a Direita ama

A Operação Lava Jato desnudou a realidade de apodrecimento das instituições da República. A revelação da propina recebida por Eduardo Cunha é mais um elemento a compor o cenário, no qual a ligação de parte da cúpula do PT com as empreiteiras corruptas é a parte mais sombria.
O Tribunal de Contas, que deveria fiscalizar, também é atingido, o que não é de surpreender para quem conhece a forma como os Ministros do TCU são escolhidos e o perfil da maioria dos integrantes desta “Corte”. Fernando Collor de Mello e seus carros de luxo parecem debochar de todos nós que fomos às ruas pelo Fora Collor, quando um reles Fiat Elba acabou por ajudar a selar o destino do então Presidente da República.
Renan Calheiros e Eduardo Cunha, os dois presidentes das mais altas casas parlamentares do Brasil, estão sob suspeita e deveriam renunciar imediatamente, em nome da decência. O primeiro já é réu, o segundo está a caminho. Mas o fato é que não há decência nesta República, e a “res” pública, que deveria ser a coisa pública, virou uma res-podre.
Numa tentativa de garantir que só os cúmplices deste modelo sobrevivam, Cunha comandou uma mudança na legislação eleitoral para amordaçar o PSOL e outros partidos que não fazem parte do esquema. Se o Senado aprovar, somente aqueles com 9 deputados poderão estar nos debates eleitorais. Muito conveniente. Sendo assim, ninguém vai dizer o que eles não querem ouvir.
Mas então, qual a saída?
O impeachment de Dilma é a resposta oferecida por setores que, cavalgando no justo sentimento de indignação que toma conta do povo, querem entregar os anéis para não perder os dedos. Oferecem a cabeça de Dilma numa bandeja para na verdade não mudar nada, entregando o poder a Michel Temer ou a Eduardo Cunha, algo já impensável, visto que Cunha também já está balançando. O Fora Cunha tende a ganhar força nos próximos dias, ainda mais depois do patético pronunciamento de sexta-feira à noite.
Que se vayan todos foi a palavra de ordem dos hermanos argentinos há alguns anos e que nos serve bem neste momento. Mas se todos se forem, como fica?
Precisamos mesmo colocar abaixo este regime político e suas instituições. Reconstruir novas formas de representação popular, novas instituições que sejam de fato representativas dos interesses populares e não instrumentos de negociatas, enganação e corrupção.
Isso só seria possível através de uma Assembleia Constituinte, popular e democrática, eleita de forma radicalmente diferente destes processos viciados, onde o dinheiro das empreiteiras e dos bancos comanda um verdadeiro show de mentiras e promessas vazias, num simulacro de democracia.
Precisamos de democracia real porque esta é a única forma de fazer com que o povo não pague a conta da crise e que se combata efetivamente a roubalheira institucionalizada. Precisamos de um novo junho de 2013, mas com um programa claro de mudanças estruturais na política e na economia. Precisamos construir este programa e este caminho.
por Luciana Genro - Psol (RS)

Detalhes contidos em depoimento de assessor da Odebrecht à Operação Lava Jato podem levar o ex-presidente Lula a ser indiciado pela Lei de Segurança Nacional

Revisando depoimentos colhidos de um assessor da Odebrecht, delegados responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato perceberam detalhes que podem implicar o ex-presidente Lula em atentado terrorista que teria ocorrido em 2011. O nome do delator foi mantido em sigilo. Se condenado, Lula pode passar os próximos 15 anos na cadeia.
O depoimento
O assessor declarou aos delegados que, no início de 2011, acompanhou o presidente da Odebrecht a uma reunião do Governador Jaques Wagner com empresários e outras autoridades, entre elas, o ex-senador José Sarney, na época, Presidente do Senador. A reunião teria ocorrido em um hotel de Salvador – BA e tinha como intenção discutir os planos de Wagner para a economia baiana no seu segundo mandato.
Sarney, Odebrecht e o assessor formavam um pequeno grupo que no hall do hotel encontrou-se com o ex-presidente Lula. Lula não participaria da reunião com o governador. Coincidentemente, estaria ali em uma das viagens que estava fazendo, após ter deixado a presidência, e pretenderia se encontrar com representantes de movimentos sociais da capital baiana.
O atentado
Segundo o assessor, Lula se dispôs a acompanhar o grupo até a sala de reunião. No trajeto até lá, logo após Lula se juntar ao grupo, começou se a sentir um forte odor que sufocava os integrantes, chegando, em alguns, a provocar incômodo nasal e tosses. O mal estar durou até que Lula, pretextando ir ao banheiro, se afastou do grupo. O grupo, então, adentrou uma sala ventilada por janelas abertas e o mal estar cessou.
A análise dos fatos

Silas Malafais negará?



#CunhaNaCadeia seus seguidores vão lhe acompanhar?

Poesia da noite


Quando você aceita que te diminuam, você acaba acreditando que não tem importância. 
Quando você permite que determinem seu caminho, você acaba por viver sem rumo, sempre esperando alguém que te guie. 
Quando você permite que te digam o quanto você vale, uma hora você acaba não tendo valor nenhum, nem pra você mesmo. 
Quando você permite que te rotulem, você acaba por perder sua identidade. Assuma sua vida, trace suas metas, não se deixe manipular, fuja de conveniências. Mantenha acesa suas ideias e não negocie seus sonhos. 
A vida tem muitas surpresas e nós devemos estar preparados pra cada uma delas..."


_____ Jackye Monteiro