Traduzindo estatísticas

Desaprovação da presidente atinge 80%.

Desaprovação da imprensa brasileira atinge 92,2%

Que a corrupção é o maior problema do Brasil 99,99 pensam isso.

A verdade é que os do 0,1% sabem que a sonegação é o fruto do que eles roubaram de nós - consumidores -.

Oraite?


JS - Tarja preta

Tendência de aprovar as contas se mantém no TCU

O esforço da oposição para convencer o TCU - Tribunal de Contas da União - a desaprovar a prestação de contas de 2014 não surtiu os efeitos desejados pelos oposicionistas. Em conversa com o blog, um ministro do TCU disse que se mantém no órgão a tendência de aprovar as contas de Dilma.
Um dia depois da entrega da defesa do governo ao TCU, a dúvida é se a aprovação virá por decisão unânime ou por maioria de votos. 
Paródias Briguilinas


Mensagem da Vovó Briguilina

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Tem gente que muda imaginando que será feliz, que tem haver?...
Não é a mudança, não é a permanência que nos faz ou fará feliz.
A felicidade, não está e nunca estará no coração, quem pode estar aí é a alegria, a tristeza...os antônimos.
A felicidade está na alma.

Mexer na alma?...
Isso é coisa pra São Briguilino!




O direito de rir

Aécio já prepara seu gabinete presidencial!
Aécio Neves é nosso Presidente de fato e de direito.

by Professor Hariovaldo, em seu monárquico blog.
Aécio Neves deve montar seu gabinete presidencial transitório imediatamente, enquanto se finaliza a remoção de Dilma do poder, do qual se apossou indevidamente já há alguns anos. Alguns nomes já são aventados, alguns dados como certos outros como dúvidas, mas na verdade somente o Príncipe das Alterosas poderá definir corretamente seu Estado-Maior. Marina Silva, é quase carta fora do baralho, uma vez que não tem acompanhado o presidente nas últimas batalhas para retirada do bolchevismo de Brasília. Já Luciano Huck é certeza, só não se sabe ainda em qual pasta, ele orbita entre as Comunicações, o Tesouro Nacional ou o Bem Estar Social. Já o Diretor de Jornalismo da Emissora da Revolução assumirá o Ministério da Igualdade Racial, enquanto o Fenômeno o dos Esportes.
O Presidente deverá embarcar imediatamente para um giro internacional onde comunicará aos chefes de estado do mundo todo a remissão do Brasil e a volta do bom governo ao poder, passando pela América do Norte, Europa, Colômbia, Afeganistão e evitando a Indonésia, passa ainda pelo Japão e China. Caberá ao novo ministro das Relações Exteriores, o velho e bom FHC, comunicar a Rússia a nossa saída dos BRICs e a imediata adesão a ALCA, nos colocando em pé de igualdade com o México e a Costa Rica. Já na volta ao país o presidente deverá trazer já no avião presidencial a comitiva do FMI e do Banco Mundial que terá a árdua missão de reenquadrar a economia brasileira ao consenso de Washington, tirando assim o país da crise mundial. Isso fará com que empresários, banqueiros e trabalhadores das multinacionais voltem a respirar aliviados novamente. Já não era sem tempo.



Professor Elio Gaspari dá uma aula de manipulação

Imperdível, para quem se interessa por jornalismo, o artigo do professor Elio Gaspari – "A cabeça dos oligarcas", na Folha de São Paulo de 22jul2015. O professor Gaspari é o criador do "jornalismo mediúnico" e, no texto citado, nos dá uma aula sobre um tema extremamente atual no jornalismo brasileiro: a manipulação da informação.


por Sergio Saraiva

O professor inicia apresentando-nos a Operação Lava Jato como uma luta do bem contra o mal. Ambos, bem e mal, como valores absolutos.


"De um lado [da Lava Jato], estão servidores a respeito dos quais não há um fiapo de restrição moral ou mesmo política. São os magistrados e os procuradores. Do outro lado está o outro lado, para dizer pouco". 

Do lado do bem, os magistrados e procuradores. O lado do mal, o "outro lado", tanto podem estar os réus da Lava Jato como os que criticam seus excessos, Gaspari não os discrimina. Assim como não apresenta o porquê de representarem o mal. Deixa para que cada leitor imagine, por sua conta, algo hediondo de que acusa-los.

Louvores devidos à maestria do mestre.

Gaspari não coloca entre os "fiapos da restrição moral ou política" que se poderia fazer aos procuradores e magistrados, o fato de as acusações a Aécio Neves, ainda que detalhadas e coerentes com outros casos onde o senador é envolvido, terem sido descartadas, ao mesmo tempo em que o tesoureiro do PT, João Vaccari, está preso com base na criativa tese de que as doações legais ao PT eram ilegais. Para não citar o "descuido" na análise das informações que levaram sua cunhada à prisão por ser parecida fisionomicamente com a irmã – a esposa de Vaccari.

Não lhe parece condenável que suspeitas infundadas em relação à, então, candidata Dilma Rousseff fossem vazadas às vésperas das eleições e acabassem por ser utilizadas para beneficiar seu adversário, a quem esses mesmos procuradores teciam elogios nas redes sociais.

Aqui, Gaspari, parece apoiar-se, nas lições do professor Paulo Henrique Amorim que nos ensina que, para a manipulação da informação jornalística, alguns fatos, mesmo que relacionados ao assunto tratado, "não vêm ao caso".

Em outro sentido, Gaspari demonstra como dois opostos podem ser apresentados como estando do mesmo lado. Tal se dá quando ambos os lados podem ser apresentados como o que se costuma chamar de "farinhas do mesmo saco". E habilmente associa o termo "briga de quadrilhas" ao governo Dilma.


"Há uma armadilha nessa afirmação [de que Eduardo Cunha esteja constrangendo o governo federal]. Ela pressupõe uma briga de quadrilhas, com Cunha de um lado e o Planalto do outro". 


Gaspari sabe, até porque Cunha não esconde, que a CPI do BNDES é uma retaliação, pouco importando a que resultado chegue. Mas o professor mostra que é possível apresentar se uma chantagem como um fato positivo.

"Ou há esqueletos no BNDES ou não os há. Se os há, a CPI, bem-vinda, já deveria ter sido criada há muito tempo. Se não os há, nada haverá".

Seria absurdo usar o mesmo argumento para justificar uma CPI que investigasse se Gaspari, que é filho único, na juventude, estuprou sua irmã. Mas isso não vem ao caso.

Prosseguindo, o professor Gaspari mostra porque é cultuado como um dos grandes jornalistas da atualidade. Em um único parágrafo, demonstra porque o PT deve ser condenado a pagar as penas devidas pelos seus adversários.

Para tanto, compara o tratamento distinto dado pela Justiça aos casos da Lava Jato e da Castelo de Areia.

A Castelo de Areia foi uma operação da Polícia Federal que apanhou maganos, para usar um termo caro ao professor Gaspari, do DEM, José Roberto Arruda e um secretário do governo Kassab, aliados de José Serra, recebendo propina da empreiteira Camargo Correia. A Castelo de Areia também envolvia o senador Agripino Maia e Paulo Skaf, além de um filho de Ministro do TCU – Tribunal de Contas da União.

Pois bem, apesar da fartura de provas, a Castelo de Areia foi anulada nos tribunais superiores devido a filigranas jurídicas.

Como o professor Gaspari se posiciona, então?


"A verdadeira crise institucional está nas pressões que vêm sendo feitas sobre o Judiciário. Cada movimento que emissários do governo [Dilma] fazem para azeitar habeas corpus de empresários encarcerados [em prisão preventiva na Lava Jato] fortalece a ideia de que há um conluio entre suspeitos presos e autoridades soltas. Ele já prevaleceu, quando triturou-se a Operação Castelo de Areia".


Ou seja, à leniência utilizada ao se julgar os delitos do DEM deve corresponder, como compensação à sociedade, um rigor exemplar a ser aplicado no julgamento de casos envolvendo o PT.

Gaspari não advoga que a Castelo de Areia seja reaberta, à luz da Lava Jato, mas inova magistralmente ao defender não apenas a inversão do ônus da prova em relação ao PT, mas, além, a inversão do ônus da pena. Repare-se ainda que, em nenhum momento do seu texto, Gaspari cita o DEM e sua aliança com o PSDB.

Genialidade é pouco para qualificar esse parágrafo genial.

Assim como genial é a forma como exalta indiretamente o Juiz Sergio Moro. Utiliza-se de uma analogia carregada de audácia e risco.

"Quem joga com as pretas tentando fechar o registro da Lava Jato sabe que a Polícia Federal e o Ministério Público estão vários lances à frente das pressões. Da mesma forma, quem se meteu nas petrorroubalheiras sabe que suas pegadas deixaram rastro. Curitiba dribla como Neymar. Quando baixa uma carta, já sabe o próximo passo".

Os críticos do juiz Moro encontram analogias entre suas longas prisões preventivas para obter confissões e delações premiadas e as detenções efetuadas por seu xará, Sergio Fleury, durante a ditadura de 64. Fleury, para descobrir o paradeiro de algum adversário da ditadura, prendia seu advogado. E para garantir que o procurado se entregaria sem resistência, prendia a mãe do procurado. Nem de longe que Moro faça uso do pau-de-arara.

Gaspari conhece o modus operandi de Fleury, dadas as suas extensas pesquisas para a elaboração da sua magistral série de livros sobre a ditadura. O professor Percival de Souza também o descreve no seu livro "A autópsia do medo".

Mas Gaspari opta pela comparação de Moro a Neymar, o craque do Barcelona. Por certo, não o capitão da seleção derrotada na Copa América.

Onde a audácia e o risco?

Neymar é um craque, não há quem o negue. Usá-lo como analogia é um elogio, desde que se esqueça de que o craque temperamental costuma ser expulso de campo por agredir adversários e está envolvido até a alma em um caso de sonegação de impostos.

Por fim, Gaspari esconjura a possibilidade de absolvição futura dos réus devido à falhas processuais na Lava Jato. E já os condena a 150 anos de prisão.

O professor demonstra como argumentar convincentemente que os réus da Lava Jato não podem ter direito à defesa. Já que tal defesa corresponderia a fomentar uma crise institucional. Para tanto, faz uso de seu cosmopolitismo e vai buscar uma analogia internacional. Compara a Lava Jato ao caso Maddoff e ao atentado às torres gêmeas do World Trade Center.

Maddoff é um picareta que aplicou o golpe da pirâmide em gananciosos milionários americanos. Foi a julgamento, com direito à defesa, e está preso.

Vejamos a analogia feita pelo professor Gaspari:


"Afora os amigos que fazem advocacia auricular junto a magistrados, resta a ideia da fabricação da crise institucional. É velha e ruim. Veja-se, por exemplo,… Bernard Maddoff: …ele sabia que seu esquema de investimentos fraudulentos estava podre. Quando dois aviões explodiram nas torres gêmeas de Nova York… ele pensou: "Ali poderia estar a saída". Eu queria que o mundo acabasse".

Outro jornalista culpou Lula pela crise grega e caiu no ridículo, mas, dado o brilhantismo da argumentação, esse risco Gaspari não corre.

O uso do caso Maddoff relacionado ao 11 de Setembro, ainda que próximo à ficção ou à liberdade poética, é, no entanto, um lance de mestre de Gaspari. Evita que seja levado a tratar da "crise institucional" do "estado policial" do Ministro Gilmar Mendes que facilitou que Daniel Dantas se safasse da Satiagraha.

Gaspari argumenta que o diário de Marcelo Odebrecht é um risco institucional. Inteligentemente, o professor reveste Odebrecht de um poder que, no entanto, não serve sequer para garantir luz elétrica na sua cela, quanto mais para abalar a República. Já Dantas mandou prender o delegado que o investigou e levou a julgamento o juiz que o condenou. Isso do alto de dois habeas corpus obtidos em menos de 24 horas diretamente do STF.

Mas o professor sabe: isso não vem ao caso.

Por fim, em um dia de ressaca jornalística, após a cobertura da deblaquê de Eduardo Cunha, resta-me agradecer ao professor Elio Gaspari pela aula de jornalismo contida em seu pequeno texto, como pequeno são os frascos que contém os grandes perfumes e os grandes venenos.

PS1: por óbvio, não faço referência, neste post, ao professor Luis Nassif. Não faltaria material sobre o assunto, na sua obra "O Caso Veja". Porém, citá-lo poderia parecer adulatório, evitei. Tampouco cito o mestre Janio de Freitas, pelo simples fato de não ter encontrado em sua obra o que pudesse ser associado à manipulação de informação.

PS2: para os que dispõem de alguns tostões para pagar a travessia pelo paywall da Folha, segue aqui o acesso ao texto do professor Gaspari.

PS3: para acesso a textos abandonados à caridade pública, visite a oficina de concertos gerais e poesia.

Briguilinas do Dia

Polícia Federal:
Colocamos a tarja preta...mas podemos tirar o nome, se José Serra achar melhor.

Folha de São Paulo:
Colocamos a tarja branca...mas podermos dar recados, se Odebrecht achar melhor.

Charge do Dia