PF perde autonomia sob governo Golpista

Descarada ameaça do ministro da Justiça revela seletividade criminosa da lava jato. Golpistas usam PF para #BocaDeUrna contra o PT", tuitou o deputado Paulo Pimenta; "Ministro da Justiça sabe agora com antecedência as operações da PF na Lava Jato? Pode isso? Cadê a autonomia da PF? Só funcionou com Dilma e Lula", completou a senadora Gleisi Hoffmann.

Durante um evento de campanha do PSDB em Ribeirão Preto, ministro Alexandre Moraes disse que Lava Jato vai voltar às ruas na véspera das eleições municipais de 2 de outubro; "Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim", discursou.

É pior que o 7x1

Não é possível, e em escala muito mais grave, esconder o sentimento de vergonha ao ver um tribunal referendar, por 13 votos a um, a ação ilegal de um magistrado, como foi a de Sergio Moro ao divulgar as escutas ilegais que recebeu da Polícia Federal, onde não apenas extrapolou aquilo que tinha autorizado , mas coonestou a escuta ilegal do telefone da então Presidenta da república, Dilma Rousseff.

No entanto, foi o que fizeram os desembargadores federais do TRF-4, dando licença para que, a critério de Moro, este possa decidir agir ilegalmente quando achar que isso é para "o bem" da Lava Jato. Ou, melhor dizendo, para o bem dos seus inescondíveis desejos políticos.

Ao menos, embora de pouco consolo sirva, houve o "gol de honra" – honra, mesmo – de um único desembargador, que não se vergou à ditadura linchatória que parece ter se instalado no Judiciário. O desembargador federal Rogério Favreto,  único membro da Corte Especial daquele tribunal  a votar pela abertura de processo disciplinar contra o juiz Sergio Moro, merece, por isso, ter trechos do seu voto solitário transcritos, com grifos meus.

Para que, pelo menos, a gente possa achar que ainda há juízes no Brasil.

O magistrado [Sergio Moro], como se vê, defende posição contrária à proibição em abstrato da divulgação de dados colhidos em investigações. Todavia, essa tese, conquanto possa ser sustentada em sede doutrinária, não encontra respaldo no ordenamento jurídico pátrio no tocante a conversas telefônicas interceptadas, cuja publicização é vedada expressamente pelos arts. 8º e 9º da Lei 9.296/1996

O debate doutrinário é saudável. Todavia, não pode, porém, converter em decisão judicial, com todos os drásticos efeitos que dela decorrem, uma tese que não encontra fundamento na legislação nacional.

Ao assim agir deliberadamente, pode o magistrado ter transgredido o art. 35, I, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional.

Outrossim, a tentativa de justificar os atos processuais com base na relevância excepcional do tema investigado na comentada operação, para submeter a atuação da Administração Pública e de seus agentes ao escrutínio público,também se afasta do objeto e objetivos da investigação criminal, mormente porque decisão judicial deve obediência aos preceitos legais, e não ao propósito de satisfazer a opinião pública.

Um segundo fator externo ao processo e estranho ao procedimento hermenêutico que pode ter motivado a decisão tem índole política. Mesmo sem juízo definitivo, posto que se está diante de elementos iniciais para abertura de procedimento disciplinar, entendo que seria precipitado descartar de plano a possibilidade de que o magistrado tenha agido instigado pelo contexto socio­político da época em que proferida a decisão de levantamento do sigilo de conversas telefônicas interceptadas.

São conhecidas as participações do magistrado em eventos públicos liderados pelo Sr. João Dória Junior, atual candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB e opositor notável ao governo da ex-­Presidente Dilma Rousseff.

Vale rememorar, ainda, que a decisão foi prolatada no dia 16 de março, três dias após grandes mobilizações populares e no mesmo dia em que o ex­-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nomeado para o cargo de Ministro da Casa Civil.

Além disso, a decisão, no quadro em que proferida, teve o condão de convulsionar a sociedade brasileira e suas disputas políticas. Aliás, no dia dos protestos contra o Governo da Ex-­Presidente Dilma (13/03/2016), o próprio magistrado enviou carta pessoal à Rede Globo e postou nota no seu blog, manifestando ter ficado "tocado" pelas manifestações da população e destacando ser "importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas".

Ora, esse comportamento denota parcialidade, na medida em que se posiciona politicamente em manifestações contrários ao Governo Federal e, ao mesmo tempo, capta e divulga ilegalmente conversas telefônicas de autoridades estranhas à sua competência jurisdicional.O Poder Judiciário, ao qual é própria a função de pacificar as relações sociais, converteu-­se em catalizador de conflitos.

Não é atributo do Poder Judiciário avaliar o relevo social e político de conversas captadas em interceptação e submetê-­las ao escrutínio popular. Ao fazê-­lo, o Judiciário abdica da imparcialidade, despe-­se da toga e veste-­se de militante político.

Com efeito, o resultado da divulgação dos diálogos ­ possibilitada sobretudo pela retirada do segredo de Justiça dos autos, ­ foi a submissão dos interlocutores a um escrutínio político e a uma indevida exposição da intimidade e privacidade. Mais ainda, quando em curso processo de impedimento da Presidenta da República,gerando efeitos políticos junto ao Legislativo que apreciava o seu afastamento.

Penso que não é esse o papel do Poder Judiciário, que deve, ao contrário, resguardar a intimidade e a dignidade das pessoas, velando pela imprescindível serenidade.

Sérgio Moro, um juiz a serviço da TV Globo e do PSDB

Os principais interessados na Operação Lava Jato são o PSDB e as multinacionais do petróleo. Ambos clientes da esposa de Sérgio Moro.

Emanuel Cancella

A esposa do juiz Sérgio Moro, que está à frente da Operação Lava Jato, advoga para o PSDB do Paraná e para multinacionais de petróleo. A denúncia foi publicada no Wikleaks.

O fato já seria suficiente para inviabilizar a participação do juiz Moro no processo que apura a corrupção na Petrobrás (Operação Lava Jato). O Código de Processo Civil, em seu artigo 134, manda arguir o impedimento e a suspeição do juiz: " IV- Quando nele estiver como advogado da parte o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguínio ou afim, em linha reta: ou na linha colateral até o segundo grau".

Mais claro impossível. Ora, quem são os principais interessados na Operação Lava Jato, que afeta diretamente a Petrobrás? O PSDB e as multinacionais do petróleo, clientes da mulher de Moro! São eles os grandes beneficiados com essa Operação.

Na véspera da eleição presidencial, a Revista Veja estampou uma foto da então candidata Dilma, afirmando: "Dilma e Lula sabiam da corrupção na Petrobras". A TV Globo repercutiu no Jornal Nacional. 




A capa da Veja – um panfleto pró-Aécio – e o noticiário da emissora de maior audiência (ainda que decadente) manipularam até o final e certamente conseguiram arrancar alguns milhões de votos da presidenta, embora não o suficiente para derrotá-la.

Depois do estrago causado, a farsa montada pela Veja e pela Globo foi desmentida. O próprio advogado do doleiro Alberto Youssef (suposto delator) assegurou que "o seu cliente não fez declaração alguma envolvendo os nomes de Lula e Dilma".  Quem provavelmente "sabia" da manipulação montada, era o juiz Sérgio Moro.

Parcialidade e blindagens se revelam como um novo escândalo
A sociedade não deve nenhum respeito a um juiz que extrapola suas funções e, sem nenhuma base jurídica, destrata a autoridade máxima do país. É o que aconteceu no segundo turno das eleições presidenciais, quando foram veiculadas as acusações – depois desmentidas. Por esse fato, o juiz Sérgio Moro deveria se desculpar publicamente.

Por mais que os brasileiros queiram ver na cadeia corruptos e corruptores -  também me incluo entre os indignados - não é possível aceitar que a Justiça tenha dois pesos e duas medidas. O juiz Sérgio Moro mantém preso o tesoureiro do PT, mas não mandou prender os tesoureiros dos demais partidos citados em delação premiada, dentro da mesma operação, dentre os quais havia políticos do PSDB, PMDB, PP e outros. O tesoureiro do PSDB, Marcio Fortes, que foi tesoureiro de campanha de FHC e de José Serra, além do envolvido com o PSDB na Lava Jato é titular de conta para lavagem de dinheiro no HSBC da Suíça. Mas continua solto.

A parcialidade de muitos juízes se revela como um novo escândalo, tão grande quanto aqueles que apuram. Pior é a blindagem de personagens, como o atual presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha. Será ele refém ou artífice de um projeto conservador em andamento que pratica uma verdadeira devassa, derrubando conquistas históricas da sociedade civil e dos trabalhadores?

Por que não são investigados e punidos os empresários de comunicação que falam e escrevem o que bem entendem, contra tudo e contra todos, sem nenhuma regulamentação? 

Por que esses escândalos não têm a mesma repercussão na mídia? O que se diz é que órgãos de comunicação também estariam envolvidos, em escândalos bilionários, como o Swisslaikes, Zelotes e Trensalão.

A lei determina que todos os envolvidos em corrupção, corruptos e corruptores, depois da ampla defesa e, se condenados, sejam presos e os bens adquiridos por meio da corrupção sejam ressarcidos. Mas a regra deveria valer para todos os partidos!

A TV Globo deu ao juiz Sérgio Moro o título de personalidade do ano. A TV Globo apoiou e cresceu à sombra da ditadura, foi contra as eleições diretas e, no governo de FHC, na década de 1990, fez campanha pela privatização da Petrobrás, comparando a estatal a um paquiderme e chamando os petroleiros de marajás.

A Globo e o PSDB sempre defenderam a privatização da Petrobrás. O seu projeto de país tem sido derrotado nas urnas. Mas, por vias transversas, está sendo retomado. É o que aponta o projeto do senador do José Serra que retira a Petrobrás como operadora única do pré-sal e acaba com o regime de partilha, retornando ao pior modelo, que é o de concessão, instituído em 1997 pelo entreguista FHC.

Como funcionário da Petrobrás e brasileiro não posso aceitar calado essa tramoia contra a empresa que é o maior patrimônio da nação e a única que pode pagar a dívida social que temos com nosso povo. A sociedade não pode permitir que a Globo e o PSDB destruam a Petrobrás.
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Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP

Uma carta aberta a Sérgio Fernando Moro

   
Confesso, estou triste. Diria até que estou deprimido. Tão triste e deprimido que talvez não consiga escrever exatamente o que estou pensando. De qualquer maneira, preciso tentar escrever.

Normalmente, não me considero uma pessoa triste, muito menos deprimida. E tampouco os que convivem comigo me consideram dessa forma. O que tem me deixado assim, em parte, são as suas ações, Doutor Sérgio Moro.

Sinceramente, esperava que o senhor fosse um homem que, através de seus atos, buscasse uma aplicação justa da lei, e não a mera perseguição, ou o fazer justiça com as próprias (mãos) leis.

Triste dizer isso, mas é este o meu sentimento. O sentimento de quem vive em busca da justiça, não de justiceiros. Geralmente, todo justiceiro causa mais danos sociais e humanos do que os que são levados às barras da justiça.

Meu sentimento é de que o senhor e, se não todos, pelo menos a maioria dos membros da operação lava jato (assim mesmo, em minúsculas) agem como assassinos de reputações, e estão a serviço de interesses de determinados setores da sociedade, mas especificamente da burguesia (palavra fora de moda) financeira e econômica, brasileira e mundial. Estão contra os brasileiros e as brasileiras, principalmente os mais pobres.

Estou triste e deprimido porque me sinto incapaz, no momento, de fazer algo concreto em defesa dos que sofrem injustiças. Incapacitado e desencantado com o ser humano. Está esvaindo-se em mim a esperança de um dia ver um mundo melhor. Tenha certeza de que o senhor está contribuindo com isso.

A espécie humana, Dr. Moro, sei que o senhor sabe disso, é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. E, na maioria das vezes, faz isso em nome do capital, do acúmulo de riquezas, do poder.

Digo isto porque o senhor está poderoso. O senhor e a turma que atua na lava jato. Tão poderosos que vários juízes, procuradores e policiais os imitam na truculência.

São muitos os homens, mulheres e crianças que vivem sem saber por que vivem, sem ter razão de viver. Sem saber o que esperam do amanhã. E aqueles que, como Lula, procuram construir a dignidade para essas pessoas, são perseguidos por quem sempre teve a mesa farta e a cama confortável. Sempre foram perseguidos por aqueles que viram as costas quando veem na rua um pedinte ou uma criança carente de pão, carinho e amor. Mas correm passar a mão na cabeça dos cachorrinhos das madames. Às vezes, até de cachorros vadios.

São perseguidos por aqueles que não têm vergonha de, mesmo com altos salários, decidir em causa própria, mesmo tendo sua própria casa, para receber auxílio-moradia. Auxílio, diga-se de passagem, de valor superior à renda de mais da metade dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

Com tudo isso na minha frente e com tudo que há de perseguição patrocinada pela lava jato, quer o doutor que eu acredite na justiça? Quer que eu acredite que as ações da chamada 'República de Curitiba' são imparciais?

Todo e qualquer homem ou toda e qualquer mulher que pensa um pouco sabe que a maioria, senão todos que participam da operação lava jato, age política e ideologicamente a favor de uns, e contra outros. Como justificar que em quase todas as delações (premiadíssimas) aparece o nome do Aécio, e praticamente nada sobre ele é investigado?

Como explicar que o oficial de Justiça não consegue achar a casa de Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, para entregar uma intimação para ela ir depor? No entanto, a esposa de João Santana, Monica Moura, foi encontrada com tanta facilidade. Sim, o marido fez a campanha do PT.

Como um helicóptero é apreendido com 450 quilos de cocaína e o único detido é o piloto? E o dono, amigo de Aécio, sequer é investigado?

Como não consegue, agora sem mandato de deputado federal, prender Eduardo Cunha? E, no entanto, prende Guido Mantega, que, no hospital, acompanhava a cirurgia da esposa?

Com tudo isso e muito mais coisas, não dá para dizer que o Ministério Público (representado pelo fundamentalista religioso Deltan), a Polícia Federal, com o seu Japonês, e o Poder Judiciário, representando no momento pela figura do senhor, é imparcial.

Estou triste.

Na minha tristeza, penso nas crianças. Sou sincero, não nos filhos e filhas dos que atuam na operação lava jato. Estes receberão uma gorda herança. Talvez um dia, ao estudar a história do Brasil, sintam vergonha do que fizeram seus pais e mães.

Penso nas crianças que, nesta época de campanha, mesmo inocentes, são objeto de uso e abuso das promessas da maioria dos candidatos. Prometem creche e melhor educação. No entanto, patrocinaram, junto com o senhor, um golpe de Estado que lhes rouba o futuro.

Digo isto porque as propostas para a educaçao dos usurpadores do poder é de destruição de todo processo libertário de educação que vinha sendo construído até então. Também, pudera: o que esperar de um ministro que ouve e acata as propostas de Alexandre Frota para a educação.

Estou triste. Estou triste pelas crianças pobres e pelas injustiças que o poder Judiciário comete. Hoje, o maior inimigo da justiça é o judiciário. Pelo método de atuação da lava jato, como esperar justiça?

Estou triste.

Penso nas crianças que não terão a formação adequada para saber porque vivem. Para, pelo menos, ter o discernimento de que não serão objeto de manipulaçao dos Aécios, Deltans, Anselmos, pregadores religiosos e de justiça pelas "próprias (leis) mãos".

Estou triste.

Dr. Moro, o senhor disse que lamenta ter tornado Marisa Letícia, esposa de Lula, ré. Mesmo sabendo o significado da palavra 'lamento', fui ao Dicionário Aurélio. Lá encontrei que lamento significa "lamentação, voz lamentosa, gemido". Não satisfeito, fui ao Dicio (Dicionário Online de Português), segundo o qual a palavra significa "ação de lamentar. Expressão de pesar, de mágoa face do infortúnio. Portanto, queixa, gemido; lamentação". Informa também que lamento é sinônimo de plangor, gemido, vagido.

Plangor, de acordo com o mesmo dicionário, é quando "há lágrima(s) e/ou lamentação; choro, lástima ou gemido". Vagido é "choro de criança recém-nascida".

Com esses conceitos, sinceramente não compreendi por que o senhor disse lamentar por uma ação praticada pelo senhor. A vítima da ação é que tem que lamentar pelo infortúnio.

Não ouvi, não vi e tampouco tive qualquer informação de que, após assinar esta ação, o senhor tenha embargado a voz, gemido, ter sido magoado ou sofrido algum infortúnio. Vagido o senhor teve há muitos anos atrás, quando veio à luz. E, como a maioria dos recém-nascidos, naquele momento, alegria do pai e da mãe e a certeza deles de que fariam de tudo para que recebesse uma boa educação e que fosse um homem justo.

Mas o senhor não tem sido justo. O senhor confunde justiça com justiçamento.

Dr. Moro, assim como o senhor, sou contra a corrupção. Creio que esta é a única coisa que nos une. No mais, faço algumas observações:

1) O combate à corrupção não se faz com ideologia político-partidária. O senhor sabe disso, mas não se comporta assim. Digo isto porque a operação lava jato, inclusive o senhor, age de maneira distinta no que diz respeito à caça aos corruptos. Se é petista, por antecipação, é corrupto. Se é do PSDB, por principio, é inocente. Exemplo: quando algum premiado delator diz que a corrupção começou na Petrobras no governo de FHC, o senhor, ou se quiser, a lava jato, ignora a informação. Quantos são os tucanos investigados?

2) Como consequência do ponto anterior, o que se busca não é justiça, mas fazer política partidária. Exemplo: as principais e espetaculares ações da operação lava jato, que o senhor comanda, são feitas em momentos que influem na conjuntura política ou eleitoral.

Lembra da capa da Veja que a operação gerou, as vésperas da eleição de 2014? Lembra das manifestações a favor do golpe de Estado, quando o senhor pedia para "ouvir as vozes das ruas"? Não preciso lembrar porque são fatos recentes: tornar Lula réu e prender Mantega, às vésperas das eleições municipais.

Talvez o senhor não goste do blogueiro Fernando Brito, mas vou recorrer a ele. No último dia 21, ele chamou a atenção para as manchetes dos maiores jornais brasileiros e as reproduziu. São simbólicas pela repetição das mesmas palavras:

O GloboLula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Moro

EstadãoLula vira réu na Lava Jato e será julgado por Moro

FolhaAcusado de corrupção, Lula será julgado por Sérgio Moro.

Será que a imprensa não quis dizer que o senhor não é um juiz, mas um justiceiro?

3) Não se faz justiça desrespeitando a lei. São muitos os exemplos. Poderia aqui expor um rosário, mas fico só com dois: a condução coercitiva de Lula e a divulgação da gravação envolvendo o ex-presidente e a então presidente, Dilma Rousseff. Por esta divulgação ilegal, o senhor levou um "puxão de orelha" do ministro Teori Zavascki, e acabou assumindo que errou. Desculpe, mais uma vez, pela sinceridade: o senhor não errou, fez a divulgação propositadamente.

Por fim, desculpe por esta longa carta. Não sei se o senhor teve conhecimento dela e se conseguiu lê-la até aqui. Se conseguir, peço um pouco mais de paciência. Só mais um comentário.

Tomei conhecimento, hoje, que o senhor mandou prender Guido Mantega. A mesma noticia informa que quem o delatou, sem provas, foi Eike Batista, mas que ele (Eike) não será preso. Claro, ele não é do PT.

Preciso fazer algumas perguntas para o senhor:

1) Mantega nunca se negou a prestar depoimento e é considerado um homem honesto, ao contrário de seu delator. Ele também tem endereço fixo. Por que Mantega precisa ser preso?

2) Gostaria que o senhor se colocasse no lugar de Mantega. Ele foi preso dentro do Hospital Albert Einstein, enquanto esperava a cirurgia da esposa, que está com câncer. O senhor acha justo que alguém que não é ameaça nenhuma à sociedade, tem endereço fixo e está nesta condição seja preso?

3) Esta ação não é própria de justiceiros?

4) Tem certeza o senhor de que esta ação não é desumana? Ou vai dizer que lamenta por ela?

Desculpe, doutor, pensei que ia terminar a carta, mas tomei conhecimento que um estuprador, no Recife, foi preso em flagrante e em seguida solto. Sei que o senhor não tem nada com isso, mas como o senhor quer que eu acredite na polícia, no Ministério Público, na justiça?

Estou triste.

Sinceramente, termino dizendo-lhe que esta manifestação é feita por alguém que um dia, no passado, chegou, sim, a admirá-lo.

Doutor Rosinha
22 de setembro de 2016

PS1 – Acima escrevi que a espécie humana é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. Pense nisso, doutor: quantas esperanças e quantos empregos o senhor já destruiu? Quantas crianças estão, como resultado dessas ações, com o futuro comprometido?

PS2 – Assim que termino a carta, tomei conhecimento de que um porta-voz da Polícia Federal lamentou a prisão de Guido Mantega e que o senhor a revogou.

PS3 - Como vê, apesar da tristeza e da depressão consegui escrever alguma coisa. Espero que lhe sirva de reflexão e tenha a certeza: não fiz para agredi-lo e tampouco para dar lições.

Dr. Rosinha, médico pediatra e servidor público, ex-deputado federal (PT-PR).

Mantega preso

Tá ficando bom, cada dia a quadrilha de Curitiba, comandada pelo Canalha Sérgio Fernando Moro obedece a risca as ordens dos seus patrões.

Hoje o imundo Moro mandou prender o ex-ministro Guido Mantega, qual o crime?... 

Reativou a indústria naval do país, empregou milhares de trabalhadores.

Pois muito bem, coincidentemente o Pedro Apagão Parente, presidente da Petrobrax, informou que a empresa vai comprar plataforma de exploração de petróleo noutros países.

Tudo muito bom, tudo muito bem...

Em terra de sapo, mosca não dá rasante.

Deram 

E para não deixar de falar de sapos, vai mais um ditado popular:

Em terra de sapo, de cócoras com ele.

Quem  souber o endereço de algum dos 13 Farsantes que recebem dinheiro do nosso suado trabalho para criminalizar o PT, divulgue na web (Deltan Dallagnol) é o favorito.

O mesmo seja feito com o Hipocrita Sérgio Fernando Moro.

Corja!

* FHC

Judiciário a hum passo da encenação final contra a Democracia, por Jéferson Miola

Ao acolher a denúncia "sem nenhuma prova, mas cheia de convicções" dos procuradores contra o ex-presidente Lula, o justiceiro Sérgio Moro fica a um passo da encenação final planejada para a Lava Jato: ou [1] a prisão do Lula; ou, no mínimo, [2] o seu enquadramento criminal, para impedi-lo de disputar e vencer a eleição de 2018.

O discurso cínico da corrupção sempre foi instrumentalizado pelas oligarquias golpistas para desestabilizar e derrubar governos nacionalistas, desenvolvimentistas e democrático-populares – fizeram com Getúlio, Juscelino e Jango no século passado, e com Lula e Dilma na atualidade.

Para o pensador italiano Norberto Bobbio, os fascistas não combatem de verdade a corrupção, apenas usam-na como pretexto para tomar o poder: "O fascista fala o tempo todo em corrupção. Fez isso na Itália em 1922, na Alemanha em 1933 e no Brasil em 1964. Ele acusa, insulta, agride como se fosse puro e honesto. Mas o fascista é apenas um criminoso, um sociopata que persegue carreira política. No poder, não hesita em torturar, estuprar, roubar sua carteira, sua liberdade e seus direitos".

Em termos formais, a Lava Jato começou oficialmente em 17 de março de 2014, dia em que ocorreu a primeira fase pública com a prisão de doleiros envolvidos na lavagem do dinheiro proveniente da corrupção na Petrobrás.

Na prática, porém, a Lava Jato começou antes; foi idealizada com razoável anterioridade e planejada com inteligência e apuro estratégico. A Operação foi concebida como um instrumento político-ideológico para interromper o ciclo de governos do PT que a oposição liderada pelo PSDB não conseguiu em três eleições consecutivas.

As ainda hoje enigmáticas "jornadas de junho" de 2013 condensaram as condições para o nascimento da Lava Jato, que foi pacientemente gestada em laboratórios conspirativos no Brasil e no exterior. São notórios os seminários de formação brindados pelo FBI e outras agências norte-americanas a policiais, procuradores e juízes. Sérgio Moro, por exemplo, participa anualmente de eventos nos EUA – o irônico é não encontrar tempo para prestar esclarecimentos aos deputados federais na audiência da Câmara dos Deputados sobre o Projeto de Lei contra a corrupção, em 4/8/2016.

As mobilizações que começaram em março de 2013 com agendas de mobilidade urbana e do direito democrático à cidade, foram inteligentemente capturadas pelo conservadorismo que encorajou a classe média racista, homofóbica e escravocrata a ocupar as ruas desfraldando as bandeiras contra a corrupção, o sistema político, os partidos políticos e defendendo, de maneira instigante, a rejeição da até então desconhecida PEC 37 – que acabou rejeitada com o voto de 430 deputados amedrontados com a pressão da mídia e as "vozes das ruas".

A proposta de emenda constitucional 37 pretendia retirar o poder do MP de investigar crimes, deixando tal atribuição exclusivamente para a Polícia Federal e para as polícias civis dos Estados. A investigação de Lula pelos procuradores do MP – feita com abusos, seletividade e atropelos – elucida os interesses ocultos naquela grande mobilização para derrubar a PEC 37.

Na dinâmica de 2013 foram inoculados os germens do regime jurídico de exceção que se vive hoje no Brasil. Ali nasceram "movimentos de rua" e ONGs mercenárias financiadas pelos partidos de oposição, por grupos e entidades empresariais e por órgãos estrangeiros – as organizações mais notórias são o Movimento Brasil Livre e o Vem pra Rua.

A Globo, Folha, Estadão e o conjunto da mídia canalizaram o clima de mal-estar que era difuso em relação à política e ao sistema, exclusivamente na direção do governo Dilma, que sofreu uma queda vertiginosa de popularidade em poucas semanas, que nunca foi recuperada.

O discurso da corrupção foi o cimento que deu liga oposicionista às múltiplas tensões abertas no período: a crise econômica internacional, a queda do preço dascommodities, o aumento da tarifa de energia elétrica e a desaceleração econômica.

Dali em diante a história é bem conhecida: a Lava Jato carimbou a corrupção na Petrobrás com o selo de "Petrolão do PT", ainda que o esquema tenha sido aperfeiçoado nos governos FHC; ainda que somente 3 dentre mais de 60 condenados sejam do PT; ainda que 34 deputados do PP sejam investigados; ainda que a cúpula inteira do PMDB – Temer, Cunha, Jucá, Renan, Sarney – tenham sido citados em delações e gravações escandalosas; ainda que Aécio, Serra e parlamentares do PSDB sejam multi-citados em delações; ainda que o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra tenha recebido R$ 10 milhões de propinas etc etc.

A Lava Jato não quer passar o Brasil a limpo; não pretende combater de verdade a corrupção. O objetivo da Operação é arrasar a imagem do Lula e do PT. Previmos noartigo Com ataque a Lula, Lava Jato pode incendiar o país, que Moro agiria como agiu, em que pese a unanimidade jurídica e política que condenou a denúncia espalhafatosa dos procuradores.

Apesar das dissimulações no despacho em que acolheu a denúncia, Moro dará o passo seguinte, que será pela condenação do Lula. Mesmo com a absoluta ausência de provas, ele desde o início tem uma convicção arraigada de que Lula é culpado, independentemente da inexistência de crime para a condenação. É só um jogo de cartas marcadas.

É crescente a revolta e a indignação com os abusos da força-tarefa da Lava Jato contra Lula. Os justiceiros estão assumindo objetivamente o risco do conflito social que a perseguição e a injustiça a Lula podem ocasionar.

A piada do século

O corrupto traíra golpista e verme, Micher Temer (CORNO MANSO E BOM PAGADOR) , afirmou que:

Não sabia que existia corrupção no Brasil.

Não vai ter latrina, nem lixeira que caiba um escalaficornautico como o Traíra michê treme.