São as escolhas, por Bob Fernandes

Desabamento de edifício com 24 andares no centro de São Paulo. Abrigava 145 famílias sem moradia. Por ora, 49 desaparecidos.

João Dória é candidato a governador de São Paulo. Tentou ser a presidente. Foi prefeito por brevíssimo ano e três meses.

Sobre o desabamento disse: “O prédio foi invadido e parte dele ocupado por uma fação criminosa”…

É uma escolha para o que enxergar e dizer. Pode se ver e dizer que criminoso é o Brasil ter déficit de 6,2 milhões de moradias.

Segundo a ONU, 33 milhões de brasileiros não têm moradia. Criminoso é São Paulo ter estimados 25 mil humanos morando nas ruas.

Seres nos quais se tropeça fazendo de conta que são invisíveis.

Tudo pode ser escolha do que enxergar, se posicionar.

Caco Barcellos, que na Globo dirige o excelente “Profissão Repórter”, disse à Folha no domingo: -A gente mora numa grande Etiópia com mais de 100 milhões de pobres e miseráveis (…)

É dever do repórter retratar o universo dessa maioria, não da minoria. É dever do jornalismo vasculhar resultantes dessa brutalidade: no Brasil, seis bilionários têm riqueza igual ao somado por 100 milhões de brasileiros.

Escolhas. Quem, o que enxergar, investigar nos Institutos de ex-presidentes?

Jantar no Alvorada, 2002. FHC ainda presidente. Empresários doaram R$ 7 milhões. Relato de Gerson Camarotti aqui citado N vezes. Doadores estão todos aí.

Nos emails de Marcelo Odebrecht, só agora, o que sempre se soube.

“Há duas mensagens de Fernando Henrique pedindo doações a Marcelo Odebrecht”. Para seu Instituto, revelou hoje o “Painel” da Folha.

Marielle e Anderson foram executados há 49 dias. Quem matou? Quem mandou matar? Há 37 dias, tiros contra a caravana de Lula, ex-presidente… Esqueceram. Escolhas.

No sábado, tiros contrao acampamento pró-Lula em Curitiba. Dois feridos. Por ora, pé de página, manchetes periféricas…

Imaginem se fossem tiros contra acampados na Avenida Paulista… São escolhas.

Fernando Horta: eu não sou petista. Eu estou petista!

E essencialmente por 5 razões:

1) Não há quadro político melhor, no momento, do que Lula. Não só pelo que já fez, mas por ser honesto. Esta última verificação eu agradeço à PF e ao juiz Moro. Antes da perseguição insana deles eu tinha dúvidas sobre a honestidade do Lula. Depois de mais de 3 anos de violência institucional contra ele sou obrigado a reconhecer que é honesto. Eu e quase metade do Brasil, por isto ele cresce nas pesquisas.

2) Ninguém tem a capacidade de conciliação de Lula. Se eu quisesse revolução estaria em grupo armado, se quisesse manter tudo como está estaria compartilhando meme do mbl e fazendo propaganda da direita.

3) Como valor de vida, não compactuo com desigualdade e fome. Só um chefe do executivo, em 500 anos, atacou estas duas coisas e foi bem sucedido.

4) Lula tem mais de 24 títulos de doutor honoris causa pelo mundo e mais de 80 prêmios. Confio mais na diversidade, no distanciamento e na competência de quem ofereceu estes prêmios do que de quem o chama de "nine" ou "lulaladrão".

5) A onda de fascismo que assola o mundo e o Brasil não nos permite ficar jogando com possibilidades. É preciso ganhar a próxima eleição se quisermos reverter o caos que está aí. Não é hora de apostar.

* Fernando Horta!, professor e historiador da UNB. Concordo e assino embaixo.

#LulaLivre

Jaques Wagner desmente jornais

"Impressiona como a manipulação de informações pode produzir intrigas, confusões e buscar ganho financeiro. É a Era das Fake News e dos Caça-Cliques. Quem leu a matéria inteira compreendeu; quem ficou apenas na manchete foi manipulado.

Não tenho duas opiniões: Lula é o candidato do PT, do povo brasileiro, líder em todas pesquisas e símbolo de esperança para o país. Uma eleição sem Lula é, sim, fraude pois sua condenação é injusta, baseada em convicção sem provas.

Lula não é passado, é resistência no presente e esperança no futuro. Não aceitamos sua interdição e lutaremos contra ela até o fim.

Agora, se o sistema jurídico brasileiro levar a cabo sua interdição e impedir a candidatura do ex-presidente, defendo, como sempre defendi em 40 anos de trajetória política ao lado de Lula, o caminho do diálogo, da unidade, da busca por consensos entre os movimentos sociais, os partidos de esquerda e todos aqueles que lutam pela Democracia no Brasil."

#LulaLivre #LulaPresidente

Charge do dia


Manifesto: 400 advogados acusam Moro de abuso de autoridade
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Falando sério, tudo poderia começar com um tiro de canhão no Projac, por Armando Rodrigues Coelho Neto

“Estou à beira da depressão”, escreveu uma amiga no Facebook. Não publique isso, comentei, pois é fazer o jogo do inimigo. Foi assim que me perdi na engenharia do golpe, na vã fantasia de exercer a resistência mínima permitida. Enquanto Sejumoro brincava de ser “bonzinho” dando prazo para o eterno presidente Lula se apresentar em Curitiba, a ilusão de resistir se desenrolava em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo/SP. Um movimento de pseudo ou quase reação tímida contra a opereta bufa de um tiranete. Tudo muito aquém da violência contra o maior líder da história contemporânea nacional. Mas, ficou a ilusão de resistência, com arrefecimento de ânimos, muito bem proporcionado pela engenharia do golpe.

A engenharia do golpe vem trabalhando com a emoção, pois sabe a dimensão de quão despolitizada é a grande massa social. No fundo, sabe que Lula não é o ladrão que tentam impor e que a riqueza que tentam atribuir ao ex-presidente é tão pífia quanto a dinheirama de Roseana Sarney veiculada no Jornal Nacional (Abaixo a Globo!). Naquele episódio, em 2002, Marinhos, Moros e Malafaias sabiam, assim como qualquer adulto sério, que aquela dinheirama não elegeria um vereador no estado do Maranhão. Mas, era muito dinheiro aos olhos do povo, num jogo de cena capaz de acabar com a candidatura daquela que poderia ter sido a primeira mulher presidenta da República. Ainda bem que não, mas ilustra a manipulação.

A dinheirama de Roseana Sarney tem o mesmo papel do tríplex de Guarujá, objeto de um inquérito que virou obsessão de Sejumoro, que hoje peita a dita Corte Suprema: quebra a dentadura, mas não larga a rapadura.

Como dito, sabem que Lula não é um monstro e o Partido dos Trabalhadores não é organização criminosa. O número de petistas presos e ou condenados falam por si. Sabe que petistas e simpatizantes de Lula não são bandidos, que o PT não quebrou Petrobrás e o Brasil, mas essa narrativa é essencial para manter o golpe, ao mesmo tempo em que controla instintos e impulsos, aquiescendo com catarses como a de São Bernardo do Campo. Lula nos braços do povo lavou a alma dos petistas, foi uma bela imagem para jogar para o mundo, mas aquilo não foi além daquilo. Foi como quebrar copos e pratos em novela por atores ruins que não sabem expressar raiva e ou indignação.

Não se trata de rechaçar o apoio ao presidente, mas de discutir o lado invisível do jogo emocional do golpe. Saimos de um Não Vai Ter Golpe, enveredamos pelo Vai ter Luta, Fora Temer, Eleição sem Lula é Fraude e mergulhamos no Lula Livre...

Nesse contexto, faço parte da ilusão dos que acreditam estar defendendo a democracia. Integro um universo de quem fala consigo e com seus iguais, consciente de que quem deveria ler me ignora. Mais que isso, se recusa a receber informação e as poucas que têm são descontextualizadas. Paralelamente, constato a luta inócua de quem quer converter o papa ao budismo, ousando enfrentar, sem sucesso, o analfabetismo da classe média e da elite do atraso, que encontrou, finalmente, a desculpa necessária pra disfarçar o ódio ao pobre.

Estamos agindo como quem quer acreditar que está fazendo algo contra o golpe. É fato que, de certa forma isso alivia, mas não vai além do alimentar nossas ilhas. Ao mesmo tempo, percebo o exercício de uma oposição consentida, calculada pela engenharia do golpe, para que não ecloda o desespero. Caso contrário, se eu me rebelo, me deparo com a máxima: é tudo que eles querem para cancelar as eleições. A aparente ameaça do mal maior trava, nos exatos limites de uma reação tímida.

Sei que o povo pelo qual penso que acredito lutar não sabe que eu existo. E, estava eu a “brincar de resistir”, quando um delegado da PF me mandou uma mensagem, dizendo que eu deveria “parar de defender bandido e ser mais propositivo”. Lembrei que ser propositivo é o novo mantra dos apolíticos de direita, dos falsos moralistas, dos corruptos contra a corrupção. Algo assim como, nosso ódio já está sendo purgado, já conseguimos prender Lula, Sejumoro realizou nosso fetiche (e o dele!), agora queremos proposições. Levei esse tema a um grupo de discussões e nele me sugeriram que esquecesse por instantes a manipulação emocional do golpe. Que melhor seria fazer proposições ao tal delegado. Portanto, ficam incompletas as ilações sobre o jogo emocional do golpe, para ser propositivo.

Um ponto de partida seria taxar as grandes fortunas, reformar a justiça de Mendes, Cardosos e Carminhas, Outro ponto seria socializar de verdade a saúde, ficando terminantemente proibida a medicina privada. Ah, queremos também gratuidade total do ensino, creches nas escolas e universidades (com a manutenção das cotas, claro!). Nacionalizar imediatamente os recursos naturais do Brasil, todas as siderúrgicas privatizadas, anular a entrega do Pré-Sal. É importante propor à PF que pare de eleger bandidos de estimação e comece combater também a evasão de recursos biológicos do Brasil, de minerais (areias monazíticas, nióbio, metais e pedras preciosas). O fruto disso seria para educar o povo, urbanizar periferias dos grandes centros.

Tais propostas, entre outras, seriam o caminho para reparar quinhentos anos de espoliação, além de corajoso esforço para resgatar, ao menos simbolicamente, nossa dívida impagável com as gerações de índios e negros, vítimas de tráfico humano e genocídio continuado e sistemático. Viriam juntas com um plano internacional pró-união sul-sul e a integração latino-americana. Ah, o fortalecimento dos BRICS, o uso progressivo de outras moedas nas trocas comerciais, em substituição ao dólar.

Polícia cidadã, respeito aos direitos humanos, cumprir a Constituição Federal da República, punição de magistrados corruptos - perseguidores, parciais, manipuladores, que agem em conluio com meios de comunicação e com forças estrangeiras em desfavor do Brasil. Uma comissão da verdade para apurar o golpe de 2016 seria bem-vinda, inclusive para investigar as relações diplomáticas com nações hostis que tenham, mediante guerra híbrida, atuado contra a estabilidade política, econômica e social do País. Tudo isso, claro, com o fim do monopólio privado dos meios de comunicação...

Espera aí, gente! Vocês estão querendo mais que volta Lula? Se for assim, é preciso recorrer a uma metáfora: para essa revolução acontecer, falando sério, tudo poderia começar com um tiro de canhão no Projac!

Armando Rodrigues Coelho Neto - advogado e jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo

Kakay dá o tapa na cara do Moro que muitos advogados queriam dar


Esq.: Pedro de Oliveira - Alep

Antônio Carlos de Almeida Castro conseguiu o que muitos colegas advogados desejam fazer, dar um tapa na cara do megalomaníaco Sejumoro. A decisão do desembargador Ney Bello, presidente da 3ª turma do Tribunal Federal, leia o resumo do caso abaixo:
Se os ministros do Supremo Tribunal Federal tivessem metade da coragem do desembargador Ney Bello, presidente da 3ª Turma do Tribunal Federal, o juiz Sérgio Moro não seria o onipotente que “faz e acontece”, de acordo com suas vontades – e, pior, seus ódios.
O caso, resumidamente, é o seguinte: para conseguir de Portugal a extradição de Raul Schmidt, acusado na Lava Jato, Moro levou o Ministério da Justiça a prometer reciprocidade em outras extradições daqui para lá. Ocorre que Raul é português nato e, neste caso, a reciprocidade representaria a extradição de brasileiro nato, o que é impossível, como se sabe.
O juiz Leão Alves deu decisão suspensiva não a um ato de Moro, mas do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica (DRCI) do Ministério da Justiça, que solicita a extradição com base nesta promessa, em tese, impossível.
Moro, para usar uma expressão mais adequada ao mundo jurídico, ignorou solenemente a decisão e mandou a Polícia Federal consumar a extradição.
Ney Bello, que preside a turma na qual Leão é desembargador convocado,  disse ser “intolerável” o desconhecimento “dos princípios constitucionais do processo e das normas processuais penais que regem estes conflitos, sob o frágil argumento moral de autoridade, e em desrespeito ao direito objetivo”.
-A instigação ao descumprimento de ordem judicial emitida por um juiz autoriza toda a sociedade a descumprir ordens judiciais de quaisquer instâncias, substituindo a normalidade das decisões judiciais pelo equívoco das pretensões individuais. 
Moro – ou mesmo o Ministério Público – poderiam ter suscitado um caso de conflito de competência junto ao Superior Tribunal de Justiça, mas preferiram passar por cima da decisão de segunda instância. Foi, aliás, o que fez hoje o próprio juiz Leão, com petição ao STJ.
Tivessem os ministros do STF agido assim no caso das escutas ilegais sobre Dilma Rousseff, então presidente da República, Sérgio Moro não estaria pondo cada vez mais de fora suas manguinhas autoritárias.
Mas o STF preferiu, como com os abusos do MP, ficar no “ai, ai, ai”.
E a cobra criou asas. 

Guerra semiótica II

Trompete invade reportagem da Globo e abre perspectivas na guerra semiótica, por Wilson Ferreira
A invasão de um solo de trompete num link ao vivo do “Jornal da Globo” entoando o refrão de “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” é mais uma mostra da eficiência da estratégia de guerrilha antimídia do “culture jamming” (trolagem) –tática anárquica de criar ruídos, atrapalhar ou interferir no fluxo normal da informação. No atual cenário de guerra híbrida (demonstrado pela imediata criação de uma “cinderela de esquerda” pelo BBB18 após a ocupação do “triplex do Lula”), a trolagem do link ao vivo da Globo demonstra seu poder de fogo por potencialmente mobilizar elementos semióticos de opinião pública fundamentais: clima de opinião, importância e ambiguidade, ironia e sarcasmo e trolagens multi-culturais. Eficácia que só aumentaria através de uma espécie de “temporada de caça aos links ao vivo da grande mídia”, ação de guerrilha midiática que atingiria o ponto fraco da TV atual: apesar do seu “tautismo” crônico, a TV tem necessidade de abrir pequenas janelas (blindadas) para o mundo. Afinal, ela vive do álibi da informação e entretenimento.
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