Comida de criança

Sabe aquela criança que faz beicinho na hora de comer e recusa  qualquer garfada? E aquela que separa o brócolis e diz que salada, não! E a outra que diz que não está com nenhuma fome, mas que se a mãe levá-la no McDonald’s a fome volta? 

A nutricionista goiana Cláudia Lobo, de 39 anos, se deparou com essas situações e lançou o livro Comida de Criança -Ajude seu Filho a se alimentar bem sempre (MG editores)  para pais preocupados em melhorar a alimentação de seus filhos. 

O livro é muito interessante e fácil de entender. Cláudia dá receitas de como decorar um prato para a criança se interessar pela comida, fala sobre as vitaminas importantes para o crescimento, dá receitas saborosas para variar o cardápio infantil e ainda traz uma tabela que relaciona calorias à  idade da criança. Na capa, um rostinho feito de alimentos. O bonezinho é um frango com legumes, o cabelinho é o feijão, a cara é de arroz, olhos de ovos cozidos e a boquinha é de tomate cereja.

Assim que bati os olhos nesse livro me lembrei da minha infância. Por conta das crises de asma, tinha muita dificuldade em comer e minha mãe, com toda a paciência do mundo, fazia essas carinhas no meu prato. E me dizia: agora come o cabelinho. E eu, encantada, com aquela figura, ia devorando- a aos poucos. Hoje tenho uma alimentação super saudável, só como pães integrais, não como carne vermelha há 18 anos e na minha casa não entra refrigerantes. Meus filhos adoram um churrasco, mas também são aqueles da propaganda que pedem para comprar brócolis no supermercado. E claro, como crianças “normais” não dispensam um sorvete e um chocolate. Mas só nos finais de semana.

Enfim, vamos voltar à bela história de autora Cláudia Lobo. Em entrevista ao blog, ela disse que sua infância foi o contrário da minha. Sobravam frituras, refrigerantes. 

“Cresci numa casa onde não havia legumes, verduras e frutas e por toda a vida fui gordinha. Na minha adolescência, tinha uma baixa autoestima”, diz . 

Cláudia diz que chegou a pesar 100 quilos. Isso depois do segundo filho ( ela tem um menino de 7 anos e uma menina de 5). Quando a balança atingiu essa marca, seu filho menor tinha dois anos. Ela disse então que resolveu dar um basta. 

“Queria oferecer um futuro diferente para meus filhos”. 

Cláudia decidiu, então, fazer a tal da reeducação alimentar. Trocou todo o cardápio de casa e até o marido- que não era obeso- emagreceu. Ela também fez uma redução do estômago para ajudá-la nesse processo. 

“Tinha muitos problemas de saúde”, conta. 

Nesse processo, ela resolver montar o programa Saúde na Escola. Cláudia dá aulas em Tiête, no interior de São Paulo e nas cidades vizinhas para pais e mestres interessados em ter uma dieta mais saudável.
Numa refeição normal, basta fazer os olhinhos com ovo e ketchup- foto de Claúdia Novaes
Eu disse à ela que mudar de hábitos não é muito fácil. E perguntei como fazer isso.  Cláudia disse que é preciso dedicar um pouco de tempo e muito carinho. E o mais importante: se lembrar que a comida pode ser lúdica.

Seguem as etapas:
1) É preciso ter convicção de que algo precisa ser feito. É isso que irá levar a mudança alimentar adiante;

2) Seja o espelho para seus filhos. Se você não se alimenta bem, ele também não vai se alimentar;

3) Se organize em termos de horários, frequência das refeições e peça participação da família, mesmo que não seja em todas as refeições;

4) Se instrua em como oferecer uma alimentação saudável e faça os ajustes no cardápio. Se faltar legumes e verduras, aumente a quantidade nas compras;

5) Tenha persistência e criatividade para entrar no mundo mágico da criança. A partir disso,  tudo irá fluir.


A  pizza na foto do lado esquerdo ( as fotos são de Cláudia Novaes)  foi feita de massa integral, molho de tomate, chicória, queijo fresco, tomate cereja, cenoura e abobrinha. E leva a cara divertida de um monstro que seu filho pode ajudar a fazer.

A Letícia já contou aqui uma experiência contrária a tudo isso. Uma mãe que obrigou a filha de dois anos à uma dieta absurda. Por isso,  é sempre bom ter o acompanhamento de um especialista, seja ele o pediatra ou nutricionista.

Agora, não é bacana usar a criatividade em pratos como esses abaixo? E tem tudo o que uma criança precisa, de carboitrado a proteínas..E você, como anda a alimentação em sua casa?


do 7x7

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