[...] pela ruas de Paris
I
Acostumado a subir,
Lá em Princesa Isabel,
Na Serra do Gavião
Ao lado de Seo Miguel,
Miguezim não passa mal
E festejou o Natal
No alto da Torre Eifel.
II
A neve caindo aos montes,
Ensopando o meu chapéu,
Cheguei no alto da torre,
Peguei caneta e papel
E resolvi escrever,
Para todo mundo ler,
Este singelo cordel.
III
Antes de subir na torre,
Andei pelas ruas antigas
Onde revolucionários
Se esfaquearam nas brigas
Contra o ancien regime,
Vi os cenários de crimes
E ouvi antigas cantigas.
IV
Bem em frente ao Moulan Rouge,
Avistei as cortesãs,
Inspiradoras de versos
E de fantasias vãs;
Velhos intelectuais
Encenando bacanais
De velhas festas pagãs.
V
Próximo ao Arco do Triunfo
Avistei Napoleão,
Mais bêbado do que gambá
Com uma espada na mão,
Tocando sax e pistom,
Zombeteando Danton
Porque fez revolução.
VI
Por dentro do batom mouche
Eu estava a passear,
Quando uma moça se encostou
Do outro lado de lá,
Com cheiro de gorgonzola,
Que não lavava a calçola
De dias já fazia troá (trois).
VII
No Castelo de Versalhes,
Registrei cena porreta:
Uma cama de patente
Que Maria Antonieta
Usou em um dia frio
Com um tenente bravio
Pra esquentar a espiroqueta.
VIII
Ela ficou espoleta,
Ensaiou a sarafina,
Deu canga-pé no salão,
Quase volta a ser menina
Com as madeixas assanhadas,
Terminou foi degolada
Na severa guilhotina.
IX
As coisas aqui na França
Têm aspecto de nobreza,
Fumaça de tiro e luta,
Fausto de gente burguesa
E até quem mora nos becos
Toma champanhe Prosseco
Para fugir da frieza.
X
Bem na Champs-Eliseé
Se aproximou um branquelo,
Com cara de pé inchado,
O olho bem amarelo
E, com jeito de babão,
Fez logo uma confissão:
Que era fã do Agnelo.
XI
No Louvre eu tomei um susto,
Quase morro de pantim,
Zezé e Lucas são prova
Do quanto eu fiquei ruim
De ensopar a camisa
Na hora que a Monalisa
Ficou piscando pra mim.
XII
Na Catedral Notredame
O corcunda veio a mim,
Revelou suas aventuras,
Se queixou do que era ruim,
Até reclamou de aperto,
Disse que lia Cláudio Humberto
E era fã de Miguezim.
XIII
Joana D’arc veio a mim,
Perguntou como savá:
Não desista muito fácil,
Disse pra perseverar
E cochichou muito perto
Que governo só dá certo
Se a gente acreditar.
XIV
E na cidade de Reimz,
Terra do Moet-Chandon,
Numa frieza de rachar,
Provando champanhe do bom,
Miguezim propôs um brinde
E terminou o deslinde
Junto com Dom Perrignon.
XV
E ao voltar varonil,
À Terra de Santa Cruz,
Cheia de políticos impolutos
Que discursam por Jesus,
O Miguezim descobriu
Que terra boa é o Brasil,
Quem tem bode com cuscuz!
Acostumado a subir,
Lá em Princesa Isabel,
Na Serra do Gavião
Ao lado de Seo Miguel,
Miguezim não passa mal
E festejou o Natal
No alto da Torre Eifel.
II
A neve caindo aos montes,
Ensopando o meu chapéu,
Cheguei no alto da torre,
Peguei caneta e papel
E resolvi escrever,
Para todo mundo ler,
Este singelo cordel.
III
Antes de subir na torre,
Andei pelas ruas antigas
Onde revolucionários
Se esfaquearam nas brigas
Contra o ancien regime,
Vi os cenários de crimes
E ouvi antigas cantigas.
IV
Bem em frente ao Moulan Rouge,
Avistei as cortesãs,
Inspiradoras de versos
E de fantasias vãs;
Velhos intelectuais
Encenando bacanais
De velhas festas pagãs.
V
Próximo ao Arco do Triunfo
Avistei Napoleão,
Mais bêbado do que gambá
Com uma espada na mão,
Tocando sax e pistom,
Zombeteando Danton
Porque fez revolução.
VI
Por dentro do batom mouche
Eu estava a passear,
Quando uma moça se encostou
Do outro lado de lá,
Com cheiro de gorgonzola,
Que não lavava a calçola
De dias já fazia troá (trois).
VII
No Castelo de Versalhes,
Registrei cena porreta:
Uma cama de patente
Que Maria Antonieta
Usou em um dia frio
Com um tenente bravio
Pra esquentar a espiroqueta.
VIII
Ela ficou espoleta,
Ensaiou a sarafina,
Deu canga-pé no salão,
Quase volta a ser menina
Com as madeixas assanhadas,
Terminou foi degolada
Na severa guilhotina.
IX
As coisas aqui na França
Têm aspecto de nobreza,
Fumaça de tiro e luta,
Fausto de gente burguesa
E até quem mora nos becos
Toma champanhe Prosseco
Para fugir da frieza.
X
Bem na Champs-Eliseé
Se aproximou um branquelo,
Com cara de pé inchado,
O olho bem amarelo
E, com jeito de babão,
Fez logo uma confissão:
Que era fã do Agnelo.
XI
No Louvre eu tomei um susto,
Quase morro de pantim,
Zezé e Lucas são prova
Do quanto eu fiquei ruim
De ensopar a camisa
Na hora que a Monalisa
Ficou piscando pra mim.
XII
Na Catedral Notredame
O corcunda veio a mim,
Revelou suas aventuras,
Se queixou do que era ruim,
Até reclamou de aperto,
Disse que lia Cláudio Humberto
E era fã de Miguezim.
XIII
Joana D’arc veio a mim,
Perguntou como savá:
Não desista muito fácil,
Disse pra perseverar
E cochichou muito perto
Que governo só dá certo
Se a gente acreditar.
XIV
E na cidade de Reimz,
Terra do Moet-Chandon,
Numa frieza de rachar,
Provando champanhe do bom,
Miguezim propôs um brinde
E terminou o deslinde
Junto com Dom Perrignon.
XV
E ao voltar varonil,
À Terra de Santa Cruz,
Cheia de políticos impolutos
Que discursam por Jesus,
O Miguezim descobriu
Que terra boa é o Brasil,
Quem tem bode com cuscuz!
Miguezin de Princesa
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