Economia

[...] Brasil, desenvolvidos e emergentes importam inflação

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 Não chega o terrorismo diário de nossos mercados e mídia, agora vem o velho e conhecido FMI também botar lenha na fogueira da especulação. Embora até reduza suas próprias projeções de inflação para os países emergentes - Brasil, também - para este ano e o próximo, o Fundo diz que as pressões inflacionárias estão mais contidas nos países desenvolvidos, mas ampliam-se nos em desenvolvimento.

Em seu mais recente relatório "Perspectiva Econômica Mundial", o FMI diz que isso ocorre em função da alta dos preços dos alimentos e da energia. É a deixa para o Fundo elevar a projeção de inflação nos emergentes, de 6% para 6,9% este ano e de 4,8% para 5,3% em 2012. Também para as economias avançadas, ele subiu a projeção de 1,6% para 2,2% em 2011 e de 1,6% para 1,7% em 2012.

Para o Brasil, e em relação a seu relatório anterior (outubro/2010) o Fundo até baixa um pouco a projeção da inflação deste ano, de 6,9% para 6,3% e estima que a do ano que vem ficará em 4,8%.

FMI: Brasil importa inflação de alimentos e energia

A pesquisa do FMI só confirma que, para além das pressões inflacionárias normais de um ritmo de crescimento acelerado num país que ficou 20 anos estagnado, estamos vivendo no Brasil o mesmo fenômeno de todos os demais emergentes e mesmo dos desenvolvidos: estamos importando inflação de alimentos e energia.

Mas, para o nosso caso, insisto, as políticas para enfrentar a questão não podem e não devem ser as mesmas adotadas para choques de demanda - o aumento puro e simples dos juros e cortes de gastos e nos salários como as adotadas na Europa (lá, inclusive com aumento de impostos) mas, sim,  aumentar os investimentos e reduzir os custos de produção nas áreas de energia, infraestrutura, tributária e financeira.

Se não fizermos isso, vamos diminuir o crescimento e não vamos reduzir a inflação. Aí teremos, então, o pior dos mundos, com queda da arrecadação, do investimento, do emprego e da renda. Todos perdem, portanto.

Todos perdem

O que o Brasil precisa, para enfrentar essa nova conjuntura mundial, com a emergência da China e a política monetária dos Estados Unidos, é de uma nova estratégia política para enfrentarmos a questão cambial e das contas externas, e a pressão sobre nossa indústria.

Essa estratégia nova implica, é claro - e é o mais urgente a ser feito - numa reavaliação de nossas políticas industrial e de inovação, na adoção de medidas para reestruturar nossa base industrial e na redefinição de nossa política comercial e externa. É o único caminho para o Brasil poder enfrentar esse novo desafio.

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