Devagar, devagarinho, o novo presidente da Vale vai mostrando que é possível – e positivo - uma visão estratégica (e não simplesmente ficar de olho grande no varejo do mercado de minério bruto) essa grande empresa.
Ontem, Murilo Ferreira disse que a prioridade da empresa é a energia renovável. Ele afirmou, durante o primeiro dia do seminário Rio Investors Day, que a empresa vai dar prioridade à biomassa para produzir combustíveis para suas locomotivas e que poderá investir em energia eólica.
- Vou tentar desplugar a ideia de que a Vale está ligada às hidrelétricas – disse ele, acrescentando que, com a participação de 9% no consórcio de Belo Monte, a necessidade de energia da mineradora está resolvida até 2015. Ele descartou que a empresa venha a adquirir uma participação maior na hidrelétrica, que sofre fuga de empresas pequenas do consórcio vencedor.
A Vale, pelo seu tamanho e necessidades, tem tudo para ser um pólo indutor de desenvolvimento, como é a Petrobras. Investir na diversificação de fontes de insumos – eletricidade é uma de suas grandes matérias primas – e na estrutura logística e também nas suas atividades, reduzindo sua dependência do mercado importador de minério bruto.
Ontem, em reportagem do Financial Times, de Londres, o Ministro Aloízio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, disse que a empresa estuda entrar na área de mineração de terras raras, como parte do esforço do Brasil para competir com a China como fornecedor desses elementos, vitais para produção de equipamentos sofisticados, como turbinas de geração eólica, carros elétricos e telas de computador. O tálio,de que eu falei ontem aqui, é um destes minérios. A Vale confirmou os estudos
Uma visão muito mais lúcida do que a dos empresários que ficam apenas de olho na féria do dia e não conseguem ver nem o que até o Seu Manoel da Padaria enxerga.
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