A síndrome do pânico

É mais comum do que imaginamos. Mas, com tratamento correto, é possível recuperar a qualidade de vida.

 Caracterizada por crises repentinas de ansiedade excessiva, acompanhadas de sintomas físicos e emocionais, a Síndrome do Pânico atinge de 2% a 4% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os primeiros episódios costumam se manifestar entre os 20 e 30 anos, afetando mais as mulheres do que os homens. “Infelizmente, ainda não sabemos os motivos da doença, nem por que ela atinge determinadas pessoas. Mas acredita-se que seja causada por fatores biológicos, aliados à condição de vida estressante”, conta Luiz Alberto Hetem, vice-presidente da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
E para que as pessoas não confundam a sensação de ansiedade com a doença, o médico explica: “A ansiedade é o sentimento de querer antecipar o futuro para evitar perigos ou tentar controlar danos. Ela é uma sensação normal e natural do ser humano. O problema ocorre quando essa ansiedade fica extremamente intensa, causando sofrimento para a pessoa e prejudicando sua qualidade de vida. Para se ter uma ideia, durante a crise de pânico, a sensação de mal-estar e pavor é mais intensa do que o susto que sentimos quando um carro quase nos atropela”.
Sintomas da doença
Ao contrário da ansiedade normal, a crise de pânico surge de repente, sem causa aparente ou explicação. Entre os sintomas, estão: aceleração do batimento cardíaco, suor - localizado principalmente nas mãos ou nos pés -, tremores pelo corpo, sensações de sufocamento, dificuldade de respirar e desmaio iminente, tontura, náusea e dor ou desconforto no peito − o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco.
Surgem, ainda, sinais psicológicos, como medo de dirigir, de morrer ou de ficar sozinho. Por isso, muitas vezes, quem tem Síndrome do Pânico acaba por sofrer, também, com a depressão. “Caso você apresente algum desses sintomas, consulte um médico”, alerta Luiz Alberto.
O papel da família
A conscientização e o apoio da família são essenciais. Grupos de autoajuda, livros sobre o assunto ou mesmo a internet podem ser úteis para que os familiares entendam a natureza da doença. No entanto, o excesso de compreensão pode favorecer a esquiva fóbica, e a pessoa não sai mais de casa nem para ir à padaria. É aí que entra o amparo da família, que deve incentivar o portador do transtorno a fazer suas atividades. “Eu sei que você não se sente bem, mas é importante continuar indo à escola” ou “Se você não pedisse demissão seria melhor para sua autoestima” são estímulos importantes para os pacientes com Síndrome do Pânico. Mas é fundamental ressaltar: isso não exclui a necessidade de ajuda médica.
A boa notícia
Com tratamento adequado, é possível controlar todos os sintomas e levar uma vida absolutamente normal. “Além de medicamentos, a terapia e a prática de exercícios físicos ajudam, e muito. É importante buscar auxílio profissional, pois a doença pode ser praticamente curada”, finaliza Luiz Alberto.
fisgado do Portal Vital