Neno
O endereço que você indicou, levanta a suspeita sobre quem sejam os verdadeiros donos da CVRD. O leilão foi público. O consórcio que comprou a maioria das ações foi a Valepar.
A Valepar S.A. é uma empresa que tem por objeto, exclusivamente, participar como acionista da Companhia Vale do Rio Doce. A posição acionária da Valepar na CVRD consistia, até o momento do aumento de capital realizado pela Litel ao final de 2002 (veja Companhia Vale do Rio Doce), em 27,1% do capital total e 42,2% do capital votante. A partir do referido aumento, a Valepar passou a deter 33,6% do capital total e 52,3% do capital votante da CVRD, consolidando sua posição de controle sobre a companhia.
A Valepar possui os seguintes acionistas (em % do capital social) (posição de atualizada em Março de 2004):
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Litel/Litela (Previ) com 58,1%
* Bradespar com 17,4%
* Mitsui com 15,0%
* BNDESpar com 9,5%
* Elétron (Opportunity) com 0,02%
Portanto, a PREVI detem o controle da CVRD nomeando inclusive diretores. Portanto, a PREVI mais o BNDES possuem 67% do controle da Vale. Lembre-se que estas duas, PREVI e BNDES são controladas pelo governo.
E quem é a Valepar? São três fundos de pensão, dois deles patrocinados integralmente por estatais - a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil e a Petros, dos trabalhadores da Petrobras - , a empresa de participações do BNDES, a Bradespar (ligada ao grupo que controla o Bradesco) e a japonesa Mitsui. Juntos, BNDESPar e fundos têm 60% do capital votante da Valepar. O capital nacional tem 81,75% das ações ordinárias da holding. A União detém ainda seis ações especiais, as "golden shares", que lhes dá alguns poderes de veto, como mudança do local da sede.
Explicar a composição do capital da Valepar não é só uma questão de mostrar quem tem uma fatia maior. A Valepar tem um acordo de acionistas, válido até 2017, que estabelece quem pode vender para quem suas ações. Foi isso, por exemplo, que permitiu ao BNDES adquirir, no fim de 2003, um bloco de 8,5% da Valepar que estava com o Investvale, clube de funcionários da companhia que participou da privatização. Na época, sob a presidência de Carlos Lessa, o banco pagou R$ 1,5 bilhão e foi amplamente criticado, inclusive pelo então ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan. Lessa se justificou dizendo que a medida evitava que a japonesa Mitsui - que tinha grande interesse nas ações - aumentasse sua participação acima de 25%, o que lhe garantiria direito de veto na holding que controla a Vale do Rio Doce. Para Lessa, a aquisição evitou que a mineradora se transformasse em uma nipo-brasileira.
Neno, acesse este enderêço http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=386816
Repare que o clipping é do Ministério do Planejamento.
A Vale hoje é a segunda maior mineradora do mundo, tem mais de 50.000 empregados e gera milhões de reais em impostos.
Portanto, a informação do site brasildefato é equivocada e se baseia em suposições. Quem escreveu desconhece a realidade dos fatos.
Outro fato que se faz questão de passar desapercebido é que milhares de trabalhadores, e eu fui um deles, teve a oportunidade de adquirir ações da Vale com recursos do FGTS, que aumentaram em muito o saldo neste fundo devido a valorização das ações da Vale. Infelizmente, com minha aposentadoria, tive de sacar o FGTS e não pude continuar valorizando o meu FGTS.
Agora, se você acha que a PREVI e o BNDES, a Petros etc. são testas de ferro do capital estrangeiro, a situação do governo Lula é bem pior do que eu pensava.
Sr. Laguardia, pra encurtar a conversa vou fazer apenas uma pergunta.
ResponderExcluirHoje a Vale está valendo 180 bilhões(avaliação do mercado), os donos atuais vendem ela por 18 bi como compraram (10% do que ela valia)?
Kaio Ian
ResponderExcluirHoje ela está valendo 180 bilhôes porque desde sua privatização ocorreram os seguintes fatos:
1. A CRD comprou a Caemi, a segunda maior mineradora do Brasil que inclui a MBR e outras mineradoras.
2. A Compra da Samitri e da Samarco, (mineradoras que pertenciam ao grupo Belgo Mineira, Hoje grupo Mittal Arcelor)
3. A compra da Ferteco (mineradora que pertencia ao grupo alemão Tissen)
4. Compra da Canadense INCO
5. Expansão de suas atividades para outros países, como Angola, onde detem concessâo de mineração de diamantes etc.
Como você pode ver, a Vale privatizada (?) diferentemente da CvRD estatal, cesceu muito e se valorizou muito. Retire dos 180 bilhôes o que ela cresceu devido a boa administração e veja quanto ela valeria hoje se continuasse como estatal.
Veja quanto ela rendia antes ao povo com geração de impostos e quanto gera hoje. Quanto o governo já ganhou a mais com a Vale privatizada do que antes?
Se foi assim um negócio tão mal, o que não foi, por que o governo Lula, que tem maioria no congresso, não abriu uma CPI para investigar a privatização? Ou será que o governo Lula é conivente com o governo FHC?
E finalmente, usando um argumento muito usado pelo Briguilino com o qual não concordo, mas vamos lá. Se o povo não quizesse a privatização da Vale teria votado em Lula e não em FHC.
A privatização foi feita por um governo democraticamente eleito pelo povo.
Kaio Ian
ResponderExcluirNão respondi sua pergunta. A resposta é depende.
1. Se você para vender para si própria sim. Foi o que aconteceu com a Vale, que arrematou as ações da Vale foi o próprio governo através da Valepar (PREVI e BNDES)
2. Se os compradores garantissem aos vendedores uma renda mensal maior do que eles tem agora, até doar a Vale seria negócio. Não foi o que aconteceu com o governo? Vendeu a Vale e o que recebe de impostos de uma Vale mais bem administrada compensa em muito o que recebia antes de lucro e impostos.
Um bem público que não serve ao povo não adianta. A Vale privatizada é muito mais rentável a nação do que a Vale pública.
Portanto reestatizar a Vale é um retrocesso que nem o governo Lula quer.