AL: PF investiga 'aluguel' de famílias para venda de voto


As polícias federal e estadual, incluindo o Ministério Público Federal, investigam em Alagoas uma modalidade de fraude nas eleições: o "aluguel" de famílias para candidatos a prefeito e vereador. De acordo com a Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB-AL), os candidatos aliciam famílias pobres para receberem entre R$ 300 e R$ 400 por mês, durante um ano, em troca do voto. "Não chega a ser uma bolsa voto, mas é quase isso. É uma forma de garantir o voto de todos os familiares", disse o presidente da Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral da OAB, Paulo Brêda.

Há dois meses, todos os órgãos federais de fiscalização do dinheiro público, incluindo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), se uniram para combater a corrupção nas urnas. O motivo é monitorar o destino de R$ 280 milhões, dinheiro supostamente desviado da Assembléia Legislativa de Alagoas por deputados estaduais, segundo investigações da Polícia Federal, em cinco anos.

"Esse dinheiro pode ser usado para comprar votos, mas não só ele, como estamos levantando. Há desvios de dinheiro da merenda escolar e de remédios, ou seja, os candidatos a prefeito e vereador oferecem o medicamento diretamente ao eleitor, quando aquilo foi pago com dinheiro público", explicou Brêda. "Queremos que essa idéia da compra de votos seja repetida em Alagoas a cada momento. É crime vender voto. A sociedade vem reagindo, com denúncias", avaliou o presidente da comissão.

A OAB recebe denúncias de todas as regiões do Estado. "Não há uma tabela de compra de votos, mas ele custa em Alagoas entre R$ 30, R$ 40. Em alguns casos, chega a R$ 50", contou Paulo Brêda. A compra de votos pautou um debate na Câmara de Vereadores de Maceió. O presidente da Câmara, Arnaldo Fontan (DEM), confirma uma parte do esquema. "Todo mundo sabe que quase todos os candidatos a vereador compram votos. Há troca de votos por camisa, cesta básica. Esperamos que isso acabe este ano".

É a corrupção desenfreada que tomou conta do Brasil

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