Kenedy Alencar
Deu vergonha acompanhar o depoimento de Daniel Dantas na CPI dos Grampos. Deputados despreparados deixaram o banqueiro falar o que bem entendeu, mostrando a inutilidade e perda de tempo de CPIs sem foco feitas a granel.
No palanque da CPI dos Grampos, Dantas executou à risca sua estratégia: posar de vítima e tentar arrancar alguma coisa que invalidasse o processo judicial que teve origem na Operação Satiagraha.
O banqueiro deixou evidente quem são seus aliados na imprensa. Dizia que não sabia se era verdade, mas que tinha lido tal coisa aqui, tal coisa acolá. Detalhe: na maioria das vezes, a fonte de tais informações, sempre no anonimato, foi Daniel Dantas.
Protegido por uma decisão judicial que o liberava de dizer a verdade, Dantas deu recados para o Palácio do Planalto. Deixou na chuva advogados e petistas que fizeram lobby para ele. E buscou transformar em vilões Protógenes Queiroz, delegado federal que comandou a Operação Satiagraha, e Paulo Lacerda, ex-diretor da Polícia Federal e atual diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Fez isso nas barbas de deputados que pareciam seduzidos pela inegável inteligência de um banqueiro que comanda faz tempo um dos maiores esquemas de corrupção do país.
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