Os gauleses, vide o Asterix, têm um temor: que o céu lhes caia sobre a cabeça. E a mídia brasileira, ao que parece, também. Dessa maneira, passamos todo o tempo sob a ameaça de que o céu cairá sobre nossas cabeças; quer na forma de uma epidemia de febre amarela, de uma crise de energia elétrica ou de gás, ou de qualquer coisa que o valha. Dessa maneira, os problemas adquirem uma dramaticidade que eles não têm, gerando um histerismo desnecessário.
Assim, se fosse possível, em Janeiro, teríamos observado uma corrida aos supermercados em busca de pilhas para enfrentar o racionamento que viria de forma inexorável; como ocorreu nos postos de vacinação contra a febre amarela.
É evidente que não é possível discutir os problemas dessa forma, pois nesse tipo de confusão, alguém acaba batendo a carteira de alguém. Geralmente, a vítima é o crédulo que acreditou na confusão armada pelos mais espertos. Dessa maneira, quem dança é quem compra as pilhas e quem se dá bem é quem as vende.
Enfim, enfatizou-se a dramaticidade do que não era dramático.Em suma, problemas como o ocorrido no início deste ano no setor elétrico brasileiro precisam ser tratados com mais cuidado, de forma a não simplificar o que não pode ser simplificado; a não apresentar como isento aquilo que não é isento; e a não apresentar como dramático aquilo que não é dramático.
Pode não ser a forma mais fácil de fazer as coisas, porém é a mais honesta.
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