Sr. Editor Sérgio Lírio:
Pela presente solicito a retificação dos itens que se referem a mim na reportagem "Enredo dantesco", capa e texto interno da edição nº 513, de 17 pp. A matéria é total e absolutamente inverídica. Minha solicitação é feita em atenção e respeito ao leitor dessa publicação, um público seleto, crítico, formador de opinião e que não pode formar seu juízo de valor a partir de informações errôneas como as publicadas a meu respeito.
Carta Capital me coloca em capa e texto como operador de uma conspiração para inviabilizar a Operação Sathyagraha e proteger o dono do banco Opportunity, Daniel Dantas. Para me colocar "no centro de nova suspeita" - como diz o texto - a revista publica como prova minha viagem ao Marrocos, quando voltava dos Emirados Árabes, em fins de outubro de 2007. Nessa viagem, segundo a revista, encontrei-me em Marrakesh com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, e com ele conspirei para proteger Dantas. Não é verdade, não o encontrei.
O texto da própria reportagem, sr. editor, prova o que afirmo. Ele registra que "o diretor-geral da PF ficou no Marrocos entre 5 e 8 de novembro." Nessas datas eu estava em Paris e no Brasil. Nos dias 02 e 03 de novembro jantei com amigos na capital francesa e no dia 04 retornei a São Paulo, como comprova meu passaporte. Basta ver os registros nesse documento para concluir que eu jamais estive no Marrocos no período em que a matéria alega que também lá estava o delegado Luiz Fernando Corrêa.
Esclareço, ainda, que minha assessoria realmente confirmou que estive no Marrocos, mas as datas da minha estada não foram tratadas na conversa com o jornalista que não se preocupou em indagar sobre elas. A reportagem dá a minha viagem um caráter sigiloso e suspeito que ela não teve. Foi o oposto. Foram públicas minhas ações naquela viagem. Em Paris, fiquei hospedado no Hotel Passy, na rua de mesmo nome. No dia 02 de novembro jantei com o jornalista Reali Jr e sua esposa Amelinha e no dia 03 com o escritor Paulo Coelho e sua esposa, a artista plástica Cristina Oiticica.
A viagem foi noticiada por Reali e na coluna Hildegard Angel no Jornal do Brasil. É fantasiosa a descrição da revista sobre minhas relações com o diretor da PF. Não o vejo e não falo com ele há mais de 4 anos. Não tive participação em sua indicação, muito menos em nomeações de diretores da PF, ao contrário do que me imputa Carta Capital.
Sr. editor, em respeito à seus leitores e à verdade, repito o que há muito é de conhecimento de todos: recebi Daniel Dantas como recebi outros dirigentes de bancos, fundos de pensão e de companhias telefônicas, em audiência, como ministro-chefe da Casa Civil. Disse-lhe que o governo não se envolveria nas disputas dele e do Citibank com os fundos de pensão, que era uma questão sub-júdice e que as resolvesse na ANATEL, na CVM, e com a justiça brasileira e americana.
Nossa conversa tornou-se pública tanto por mim, quanto por ele. Não tenho nada a esconder. Jamais o defendi no governo, e nisso invoco o testemunho do mesmo ex-ministro Luiz Gushiken, que a revista cita para dar credibilidade à reportagem. Carta Capital publica como acusação contra mim o fato de ser amigo do advogado Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay. É verdade, e isso muito me honra. A revista apresenta nossa amizade como prova de que eu apóie ou defenda Dantas. Comete uma infâmia ao acusar-nos de cúmplices do banqueiro - Antônio Carlos por advogar, e eu por ser amigo do advogado.
Para sustentar suposto envolvimento meu com o banqueiro a reportagem fala de um telefonema normal feito para marcar encontro com o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Ora, usar um telefonema para marcar um encontro com Greenhalgh como prova de minhas ligações com o caso é um atentado à inteligência do país e dos leitores de Carta Capital.
Por não ter, a reportagem não traz provas ou sequer indícios do que afirma. Uma simples consulta ao meu blog teria evidenciado à revista que o meu comportamento é oposto ao que ela diz. Tenho defendido, abertamente, todas as medidas para combater a corrupção e o crime organizado no país. Apoiei e apóio todas as operações da PF nesse sentido.Respondo - e quero ser julgado o mais rápido possível - processo no STF, no qual sou acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha. Não tenho medo. Não me calo diante de infâmias e covardias. Por isso repilo e repudio o que Carta Capital fez comigo.
Atenciosamente,
José Dirceu de Oliveira e Silva
Ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República
Minha opinião é:
A Carta Capital e qualquer outra revista, jornal ou tv tem obrigação de mostrar as provas do que escreve.
Se não mostra, deixa de ter credibilidade, não passa de ficção jornalística.
E, se não tem as provas para mostrar que pelo menos dê o direito de resposta ao acusado.
Caso não faça uma das duas coisas para mim este veiculo de comunicação não merece confiança.
Ah, falando nisso quando a inVeja vai divulgar o áudio da conversa entre o Gilmarmerd@ e o Demonis Torris?
Não precisa revelar a fonte não, viu?
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