A história se faz diante dos nossos olhos


Quando vi o Juaquim chorando feito criança diante das câmeras, ele, velho combatente da causa da integração social no Brasil, não agüentei. Chorei também. E muito.

Chorei pela luta de todos, negros e brancos, que contribuíram corajosamente para o fim da segregação, pelos direitos civis, pela liberdade.

Liberdade de ser diferente. Na cor da pele. Nas idéias. Isso é democracia.

Não faço a menor idéia de como vai ser a presidência Lula. Tenho certeza de que a maioria dos que votaram nele também não fazem.

Não é isso que está em jogo. Não era disso que se tratava.

Eleger Lula (com uma votação também histórica) é eleger um projeto de mudança, de restauração do orgulho do povo brasileiro, abatido e humilhado pelos piores oito anos de sua história, governados pelo pior presidente que já morou no palacio do planalto.

Uma nação amada e desprezada no mundo inteiro. Nosso povo não merece isso.

Mas a democracia tem dessas coisas. Um país consegue, com uma virada histórica, se reinventar, ser parteiro de si mesmo.

Elegendo Lula,  o Brasil deu um passo gigantesco no caminho da plena integração, da aceitação da diferença.

Et pluribus unum, diz o mote de outro país (EUA). Um país feito de gente de todos os lugares do mundo, de todas as línguas, de todas as cores, de todas as religiões.

Depois de 2004, parecia que o país estava perdendo aquilo que o fez forte, o caldo de cultura.

Parecia que o país estava ficando perigosamente igual.

A eleição de Lula celebra a diferença.

É ou não é para chorar feito criança?

Adptação do texto de Lucia Hippolito

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