Os vícios de cada um

A crônica da semana passada teve lá a sua repercussão. Aplausos de um lado, crítica do outro e quando uso ´crítica´ no singular é porque recebi apenas uma, de um querido leitor que se apossou da intimidade de me tratar por ´Capiba´, mas cujo nome fica apenas comigo. Sou muito tímido para aplausos e elogios. Gosto das críticas, porque elas merecem uma resposta, uma réplica, uma tréplica e então, vamos lá. ´Joe´ comentou exatamente assim: ´Capiba, você já foi viciado? Provavelmente, não, por isso julga os outros com tanta ´autoridade´. Tanto quanto sinto dó de qualquer ser humano que seja viciado, também sinto dó de pessoas que querem ser a palmatória do mundo. Aproveite o domingo e dê uma olhada mais caprichada em você no espelho e talvez consiga ver que também tem alguma fraqueza. Felicidade, ´Joe´, de Iguatu, com nome completo, ´nick´, telefone, etc. Vamos por partes: não sou juiz, não estou condenando, estou apenas pasmo com a solidariedade que se dá, de público, a um cúmplice da bandidagem, só porque ele é bonitinho, só porque é da Globo. Sugiro que você tenha dó das vítimas da impunidade, da violência, da insegurança, dos que são atacados diariamente pelos bandidos e filhos dos bandidos que ficam à margem das avenidas e promovem arrastões que aterrorizam e apavoram cidadãos pacatos. Sugiro que você tenha dó de quem fica do outro lado dos canos dos revólveres, das pontas de faca, das ameaças dos seqüestros relâmpagos e das execuções que cobram dívidas para com o tráfico. Tenha dó das pessoas que padecem por conta da impunidade, da lerdeza ou conivência de uma Justiça falha, oportunista e cheia de hermenêuticas coniventes e ações protelatórias, isso para não falar dos polpudos ´habeas corpus´ que campeiam soltos por aí. Tenha pena desses, Joe. Se eu pudesse, Joe, não seria a palmatória do mundo, seria bem mais, seria o carrasco de um Nardoni desses, do assassino da Eloá, dos estupradores de crianças indefesas, violentadas e deixadas em malas ou largadas aos pedaços pelos caminhos da violência. E por fim, Joe, eu tenho cá as minhas fraquezas: gosto de rir, de fazer rir meus amigos, de sadia molecagem e de fazer mil brindes com esses amigos com taças de bons vinhos, mas quando bebo, Joe, pego um táxi ou uma carona e vou embora curtir a minha ressaca e com a consciência limpa de que, afora as molecagens alegres que faço, mantenho íntegro o meu respeito pela pessoa humana, inclusive, Joe, por você que se arvora de ´certinho´ para dar lição de moral. Olhe-se você no espelho, Joe!

Vamos por partes: não sou juiz, não estou condenando, estou apenas pasmo com a solidariedade que se dá, de público, a um cúmplice da bandidagem, só porque ele é bonitinho, só porque é da Globo. Sugiro que você tenha dó das vítimas da impunidade, da violência, da insegurança, dos que são atacados diariamente pelos bandidos e filhos dos bandidos que ficam à margem das avenidas e promovem arrastões que aterrorizam e apavoram cidadãos pacatos.

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