“O Brasil apresenta a melhor situação macroeconômica em décadas”, diz presidente mundial do Santander
Para Emilio Botín, o país não deve escapar imune, mas está bem preparado para enfrentar a crise financeira
O banqueiro Emilio Botín, presidente mundial e maior acionista individual do Santander – que se tornou o terceiro maior banco privado do país, atrás apenas do Bradesco e do Itaú, depois de comprar o Real em 2007 –, está otimista com o país diante da crise financeira global. "O Brasil apresenta a melhor situação macroeconômica em décadas", disse Botín nesta sexta-feira (31), em São Paulo, ao anunciar o plano estratégico do Santander para o Brasil e para o mundo até 2010. "Em um mundo globalizado, nenhum país ficará imune à crise. Mas, hoje, o Brasil está mais preparado do que nunca para enfrentar um contexto internacional menos favorável."
Botín, que manteve as linhas de financiamento ao comércio exterior do país durante a crise de 2002, ao contrário da maioria dos grandes bancos internacionais, disse que o Brasil é uma das prioridades do Santander no mundo. Ele afirmou que pretende fazer do Santander o maior banco privado do país. O plano é abrir 400 novas agências e investir R$ 2,5 bilhões nos próximos dois anos. "Não tenho dúvida de que chegaremos a ser o melhor banco do Brasil", disse. "Há vários anos venho dizendo a mesma coisa: quem não estiver no Brasil é como se não estivesse na América Latina."
Botín afirmou que o Santander foi pouco afetado pela crise porque adotou uma postura prudente na avaliação de riscos e não apostou em créditos imobiliários podres (subprime). "Não nos deixamos levar por modismos e não investimos em produtos tóxicos, que produziram graves males ao sistema financeiro internacional", afirmou. "Por isso, estamos enfrentando a atual crise financeira com maiores garantias que nossos concorrentes.
"Eleito pela revista Euromoney, uma espécie de bíblia dos financistas internacionais, como o melhor banco do mundo em 2008 e como o grupo financeiro mais bem administrado do mundo, o Santander deverá fechar o ano como um dos bancos mais lucrativos do planeta. Segundo Botín, o Santander não deverá recorrer à ajuda oferecida pelo governo da Espanha aos bancos do país. "Em matéria de liquidez, o grupo conta com o respaldo de uma forte base de depósitos do negócio de varejo, que é nossa principal fonte de obtenção de recursos", afirmou Botín. "Além disso, o sentido da antecipação nos levou a aproveitar as boas condições dos mercados nos últimos anos, até acumular cifrar bem consideráveis de financiamento através de emissões de longo prazo."
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