Dantas condenado

A Justiça Federal condenou o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, a dez anos de prisão e R$ 12 milhões de multa por corrupção ativa no processo sobre a tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal na Operação Satiagraha, mas ele poderá recorrer em liberdade.

 

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O banqueiro Daniel Dantas, ao deixar o prédio da Justiça Federal em São Paulo, no dia 19 de novembro (Foto: Sergio Castro/AE)

A sentença foi dada pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal, e divulgada nesta terça-feira (2).

 

Também foram condenados à prisão os outros dois réus no processo, o ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz, assessor de Dantas, e o professor universitário Hugo Chicaroni. Braz foi condenado a sete anos de prisão e multado em R$ 1,5 milhão. Chicaroni também foi condenado a sete anos e multado em R$ 594 mil.

  

 

 O juiz não determinou que sejam expedidos mandados de prisão imediatamente contra os condenados, o que significa que eles poderão recorrer da sentença em liberdade. Na decisão, Fausto De Sanctis determina que os mandados sejam expedidos após o processo estar "transitado em julgado", o que acontece somente após terminarem as possibilidades de recurso.

 

As multas dos condenados totalizam R$ 14 milhões. Segundo a sentença, os valores devem ser depositados em contas de entidades beneficentes. "Tais valores deverão ser revertidos diretamente em contas bancárias de entidades beneficentes (...) como forma de dar à sociedade reparação do que lhe foi confiscado: a sua dignidade", diz o juiz Fausto De Sanctis.

 

Outro lado


O advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro, disse ao G1 que a decisão é uma “monstruosidade jurídica” e que irá recorrer ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, que abrange São Paulo, pedindo que todo o processo seja examinado novamente. 

Machado, que chegou a entrar com uma ação pedindo o afastamento do juiz do caso, voltou a criticar De Sanctis. Por duas vezes, o juiz determinou a prisão do banqueiro, que conseguiu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

 “Já tinha me colocado de forma a expressar meu descrédito quanto à capacidade de o juiz julgar. Ele cerceou todas as provas, compactou com todas as ilegalidades, inclusive com respeito a participação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Esse processo não resiste ao exame de um tribunal isento. E o no Brasil há tribunais isentos”, disse. 


O advogado afirmou ainda que as provas usadas pelo Ministério Público Federal no processo estão comprometidas. “Nossa defesa tem uma infinidade de documentos, inclusive com evidencias de manipulação da prova.” 

 

G1 está tentando localizar os advogados de Chicaroni. Durante o processo, a defesa do professor universitário afirmou à imprensa que não houve oferecimento de propina por parte dele, e sim um pedido de suborno feito pelo delegado. 

Os advogados de Humberto Braz também chegaram a afirmar que houve "uma provocação" e que o ex-presidente da Brasil Telecom foi alvo de uma "cilada". A reportagem deixou recado no celular do advogado que o defende e aguarda resposta.

 

Sentença

O juiz Fausto De Sanctis afirmou que foi "imparcial" e "independente" em sua decisão. "A sentença configura o momento adequado do juiz se pronunciar sobre o fato e todas as suas circunstâncias. Simplesmente é o sublime ato de julgar no sentido em que deve ser: plenitude, imparcialidade e independência", diz a sentença.

 

Gravações

A PF usou como prova contra os três gravações em que Chicaroni e Braz aparecem conversando com o delegado Victor Hugo Alves. A PF diz que eles pediram propina para que o nome de Dantas fosse retirado das investigações da operação. 
 
Segundo a acusação, Dantas teria ordenado que seu assessor Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom Participações - empresa da qual o Opportunity era sócio -, e Chicaroni oferecessem US$ 1 milhão ao delegado. Os três chegaram a ser presos durante a Operação Satiagraha.  
       

3 comentários:

  1. Os tempos são outros e nã adianta o PIG e seus cães de guarda tentarem querer dizer que o governo quer livrar a cara do Dantas. Os fatos desmente-nos. Leia as declarações do delegado abaixo.
    Ainda tem muitos cegos que não veem os fatos e se agarram as versões.

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  2. Os lulopetistas são engraçados. Metem o pau na justiça quando não lhes agrada e dizem que é mérito do Lula quando a justiça independente os agrada.

    Se o governo não quer livrar a cara de Dantas pergunto:

    1. Por que é que o Ministro da Justiça, afastou o delegado do caso?

    2. Por que é que a Policia Federal, com ordem judicial é claro, pois vivemos num estado democrático de direito, apesar da vontade de Lula e seus puxa sacos, invadiu a residência do delegado e aprrendeu computador e documentos?

    3. Por que é que Lula não quiz atender o pedido de audiência feito pelo delegado Protógenas?

    4. Por que é que o Ministro da Justiça designou Protógenas para outra função alegando que ele tinha cometido irregularidades na prisão de Daniel Dantas?

    5. Por que é que Lula assinou um decreto alterando a lei permitindo assim que Daniel Dantas recebesse um bilhão de dólares pela Br vendida a Oi?

    6. Por que é que Greenhalgh lider do PT, era o representante de Daniel Dantas junto ao Palácio do Planalto?

    Concordo com Ika. Ainda tem muito lulopetista cego que não vê os fatos e se agarra a sua versão ilusória endusando o Cappo Dei Tutti Cappi, Luiz Inácio Lula da Silva.

    Quanto tempo Daniel Dantas ficará preso antes que o governo mexa os pausinhos para que seja libertado?

    Notem que na sentença lhe é garantida a liberdade até que o processo seja transitado e julgado, daqui a cinco anos.

    Lembrem-se, quem está processando Daniel Dantas não é o Ministério da Justiça ou o Governo Federal, mas sim o Ministério Público.

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