Michael Phelps foi visto fumando maconha. Isso fez mal à imagem do nadador. Mas poderia ter feito bem à imagem da maconha.
Foi um escândalo. Suspenso sumariamente das competições por três meses, o maior medalhista do mundo já perdeu o patrocínio da Kellogg’s.
Talvez seja por isso que dizem que 1968 não terminou. Se tivesse terminado (há 40 anos), todos no mínimo se perguntariam por que Phelps é hoje um banido – e seria no máximo um garoto levado se a foto fosse de um gole de vinho.
Maconha é proibida porque faz mal, ou faz mal porque é proibida? É cedo para arriscar uma resposta. Vamos esperar os anos 60 terminarem.
Enquanto isso, o negócio é matar o tempo conjecturando. Por exemplo: se o maior atleta do mundo fuma maconha, há algo errado com a imagem da maconha.
Sabe-se agora que o mais poderoso dos pulmões convive com uns tragos de cannabis. E acima daquele pulmão está uma cabeça, no mínimo, sadia. Como a de Giba, outro expoente mundial do esporte, que teve que bancar o “problemático” para justificar o uso de maconha.
Seria precipitado tentar um diagnóstico preciso. No futuro, talvez lá para o ano de 2009, descubra-se que a cannabis não é a assombração dos usuários de sucrilhos Kellogg’s. Que não deve ser consumida como vitamina no café da manhã, e que pode ser tão nociva (e tão relaxante) quanto uma taça de vinho.
Michael Phelps terá que lutar contra o estigma de marginal. Com um pouco de sorte, o mundo impoluto dos corn flakes o aceita de volta.
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