Ao retornar da viagem que faz ao interior, Serra receberá um pedido de audiência da cúpula do PMDB.
Sócio majoritário do consórcio partidário que gravita em torno do governo paulista, o PMDB está inquieto.
Deve-se a inquietude à dificuldade que os peemedebistas encontram para costurar alianças com o PSDB na maioria dos Estados.
O desassossego dos peemedebistas aumenta à medida que o calendário avança em direção a 2010.
Avalia-se que, sem uma interferência direta de Aécio, os pedaços para importantes do partido podem cair no colo do PT.
Conforme já noticiado aqui, o alto comando do PMDB identifica uma aversão a tucademopiganalha em alguns de seus principais diretórios estaduais.
O fenômeno produz uma incômoda dicotomia:
Embora ocupe secretarias nos governos de Serra e Aécio, o PMDB pende, hoje, mais para a candidatura presidencial da Dilma (PT) do que para a de José Serra ou Aécio (PSDB).
A idéia é dar à conversa com Serra ares de aviso: ou o governador age imediatamente ou a aliança em torno dele pode subir no telhado.
O PMDB pede a Serra que entre em campo porque já não exerga na grande área do PSDB nenhum interlocutor com autoridade para negociar.
Sergio Guerra (PE), o atual presidente do PSDB, é carta que escorrega para fora do baralho. Sua presidência se encaminha para o final.
Insinua-se como substituto de Guerra o senador Rathur Virgilio 3% capacho de FHC. Mas o ex-presidente demora-se em liberá-lo.
Os peemedebistas mais aflitos são justamente os que defendem com mais ardor o nome de Serra.
Entre eles o Jarbas Vasconcelos (PSDB-PE). Ele vem realizando consultas à sua bancada. E já enxerga a fumaça.
A última reunião de avaliação de conjuntura ocorreu há seis dias, em Brasília. Deu-se na casa do senador.
Lá estavam, além de soldados da bancada, dois generais do PMDB: o presidente da Câmara, Michel Temer, e o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional).
A visão que se espraia pelo PMDB pode ser resumida em quatro tópicos:
1. A doença indefinição da candidatura Serra ou Aécio impôe à costura nacional uma meia-trava;
2. O freio não afetou, porém, os entendimentos nos Estados, que ganham velocidade;
3. Menos estruturado nacionalmente, o PSDB nutre, em relação à disputa pelos governos estaduais , um apetite maior que o do PT.
Em consequência, a fricção do PMDB é maior com o PSDB. E os acertos regionais parecem fluir mais naturalmente com as forças do campo da base aliada.
4. Mantida a dinâmica atual, quando chegar a hora de jogar lenha na fornalha presidencial, será difícil acomodar a locomotiva do PMDB nos trilhos que levam ao PSDB.
Daí o pedido de interferência de Serra. Há coisa de 30 dias, em reunião com um grupo de grãopetistas, o governador pedira “juízo” no trato com o PMDB.
Depois, num encontro de seu diretório nacional, o PSDB aprovou resolução que condiciona os arranjos locais à costura nacional.
Foi a forma encontrada pelo PSDB para levar ao freezer o lançamento prematuro de candidaturas peesidebestas aos governos dos Estados.
Para o PMDB, se ficar nisso não resolve. Deseja-se que, empurrado por Lula, o PT demonstre efetiva “generosidade”.
Menciona-se como emblemática a situação de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país.
Ali, o PMDB empina a candidatura do ministro Hélio Costa (Comunicações). Pesquisas internas o apontam como favorito.
A despeito disso, o PSD divide-se entre o vice-governador Anastacia ou outro que o governador Aécio indicar.
“Se o governador PT fizer um aceno para o Hélio Costa, a coisa vai ficar complicada”, resumiu ao blog um cardeal do PMDB.
Escrito por Azias de Louza
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