Para uma avaliação não idelógica de Cuba

O Estadão de hoje traz uma informação importante para uma avaliação não ideológica sobre os 50 anos da revolução de Cuba. Ao responder perguntas sobre a decisão da justiça do Rio de Janeiro, de suspender o sistema de cotas nas universidades do Estado, o historiador norte-americano George Reid Andrews, também autor de livros sobre o Brasil, classifica as cotas ”uma opção bem interessante."

Uma das conclusões de "Afro-América Latina, 1800 / 2000" - seu livro mais recente sobre nosso país, publicado pela Editora da Universidade Federal de São Paulo (EdUFSCar) - observa o escritor nessa entrevista ao O Estado de S.Paulo "é que o país latino-americano mais bem-sucedido no combate às desigualdades raciais é Cuba."

"O censo cubano de 1981 mostrou a ilha como a sociedade mais racialmente equitativa - nos índices de expectativa de vida, educação, emprego, estado civil, etc. - das Américas. E essa igualdade se alcançou inteiramente por meio das políticas universais dirigidas às classes pobres cubanas", prossegue George Reid Andrews.

Mas, o escritor antecipa ter, também, dois pontos contra uma política de cotas para os pobres: "primeiro, sou muito a favor das ações afirmativas, mas não necessariamente na forma de cotas. Uma cota para pobres teria os mesmos problemas que para qualquer outro grupo."

"Segundo - conclui o escritor - uma cota para pobres não vai resolver os problemas enormes dos afro-brasileiros que estão na luta para entrar, ou avançar, na classe média. Para mim, o estudo mais importante do problema racial no Brasil nos últimos anos é "Racismo à brasileira", de Edward Telles.”

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