Durante 31 meses - um pouco mais, se contarmos que as denúncias começaram antes da posse - a governadora tucana Yeda Crusius reinou impunemente no Rio Grande do Sul. Foi protagonista de uma série de escândalos, acusações de irregularidades e corrupção sem precedentes no Estado, e provocou a maior instabilidade política da história gaúcha com nada menos que 22 secretários de Estado sendo nomeados e demitidos, alguns por se recusarem a permanecer em um governo atolado em um mar de lama, mas sobre o qual a governadora e sua maioria política impediam qualquer investigação.
Finalmente, a partir desta 4ª feira (05.08) e por decisão do Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS), Yeda, o marido Carlos Crusius e mais sete dos seus principais auxiliares e aliados políticos foram levados ao banco dos réus, denunciados por improbidade administrativa devido à fraude superior a R$ 44 milhões constatada no DETRAN gaúcho durante operação da Polícia Federal.
O MPF-RS pediu o afastamento da governadora do cargo enquanto durar a investigação na Justiça e colocou em indisponibilidade seus bens e os dos demais acusados. A despeito das denúncias e acusações, Yeda nunca permitiu investigações em seu governo. Barrou a constituição de uma CPI na Assembléia e nisso teve o apoio de todo o alto tucanato nacional, a ponto de o governador e presidenciável de Minas, Aécio Neves considerá-la o "orgulho" do partido.
A partir desta 4ª feira, ainda que (por alguma razão inexplicável) não seja afastada do cargo, tudo indica que o governo Yeda acabou. Pena que os gaúchos ainda não poderão respirar tranquilos, porque tem pela frente 17 meses de agonia - na verdade oito, porque a partir de abril de 2010 começam as convenções partidárias e a campanha eleitoral, o que fará a governadora perambular pelo Palácio Piratini, esvaziada politicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário