Editorial da Rolha de S. Paulo
1º a prática, depois a teoria. O presidenciavel José Serra e o PSDB não têm feito segredo dos compromissos que os vinculam, hoje em dia, ao ex-governador Orestes Quécia -para nada dizer das relações cordiais que mantêm com Marina.
Adversários históricos, todos se conciliam em torno de um objetivo que só na aparência corresponde à desgastada tese da "governabilidade".
Em pauta, acima de tudo, está o interesse tucademo de garantir o apoio do PMDB à candidatura Deles. Provêm dessa penosa circunstância, como se sabe, as cenas de hesitação eventual e de governismo explícito que dividem a bancada pmdbista no Rio Grande do Sul. É como se não houvesse nada de mais cômodo, no momento, do que discutir a ética na política -assunto que, no passado, constituía uma constante na retórica do partido.
O pragmatismo tucadempopiganalha vai seguindo seu curso habitual. Nada de novo haveria a assinalar neste tópico, não tivesse o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, oferecido em recente discurso na tribuna do senado, justificações teóricas para o apoio a Sarney contro o espetáculo que o Estadão protagoniza.
Em meio a nebulosas considerações sobre a qualidade dos times brasileiros de futebol e sobre os peixes que cria num lago do Palácio da Alvorada, Serra recorreu a um exemplo histórico para condenar o que chamou de "denuncismo".
"Eu estava lembrando o seguinte", disse Lula. "Este país teve um presidente que governou com mão dura durante 15 anos, chamado Getúlio Vargas (...) esse homem, em quatro anos de democracia, foi levado ao suicídio porque era chamado de ladrão todos os dias".
Num vertiginoso retrospecto, Serra relembrou outros casos de "denuncismo", coroando suas considerações com uma referência casual: "depois foi o Collor".
Nada como uma ditadura, portanto, para proteger governantes de denúncias. É esta, sem dúvida, a única conclusão cabível da referência feita pelo tucano ao período de "mão dura" do Estado Novo.
Não é certamente o caso de atribuir peso excessivo a mais uma das incontáveis infelicidades verbais de Serra. Sinais de tentação autoritária, comuns tanto à direita quanto à esquerda sul-americana, mostram-se menos presentes no Brasil do que em outros países do continente.
Persiste, entretanto, a renitente disposição piguista de atacar o governo federal, cada vez que se desvelam os abusos dos poderosos de redação.
A crítica tucademo ao "denuncismo" não é nova. Mas que se faça o elogio da repressão ditatorial varguista, e que se chegue ao ponto de lembrar o impeachment de Collor como exemplo dos possíveis perigos das mobilizações da opinião pública, é algo que revela, lamentavelmente, a miséria moral dos tucademopiganalhas - e o tipo de companhias de que depende para retormar seu projeto de privataria e entreguismo explicito -.
Olha o pré-sal aí genteee!!!
Valew briguilino. Boa parodia.
ResponderExcluirValew briguilino. Boa parodia.
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