A procura da minha pessoa


Marco Antonio Leite


Numa tarde ensolarada de verão estava em casa procurando algo para fazer, quando despontei e me dei conta que minha pessoa não estava naquele local, havia saído sem deixar recado onde poderia ter ido. Durante uns minutos não entendi o que se passava naquele ambiente, mas logo me refiz e procurei sair para me achar em algum lugar do mundo. Sai pela rua sem direção, andei para cá, andei para lá, eis que num momento de lucidez percebi que poderia estar na praça principal da cidade. Rumei para a praça, dei muitas voltas, mas não me achei naquele local, isso fez com que eu saísse muito louco a minha procura. Subi declive, desci aclive, perguntei para um, perguntei para outro e ninguém me viu naquele local. Mas procurei manter a calma, segui em frente, passei pelo centro da cidade, fui ao comércio onde tinha muitos amigos, perguntei para vários deles se haviam me visto por ali, como resposta nenhum deles me viu passar no comércio. Por alguns minutos fiquei inerte me perguntando onde será que eu estava, já que nem eu nem aqueles que me conheciam tinham noção onde me encontrava. Para repor a cabeça no lugar, achei melhor voltar para casa, chegando lá perguntei para minha esposa se ela havia me visto naquele dia, quando para a minha surpresa ela me respondeu que eu estava a sua frente, foi um alivio saber que ainda eu existia de fato. Em suma, a partir daquele momento procurei não descuidar da minha pessoa e, sempre lembraria que eu sou importante para alguém, esse alguém é a minha família.

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