Saiu no O Liberal deste domigo:
“Já está com a Prefeitura de Belém a minuta de contrato em que a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, Sabesp, quinta maior do mundo no setor, propõe implantação de um programa de gestão comercial na área de atuação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém, o Saaeb.”
O negócio gira em torno de R$ 20 milhões.
Pelo contrato, ainda segundo o jornal, a “Sabesp oferece serviço de leitura e entrega de contas, recadastramento de consumidores, gestão comercial, melhoria da rede de distribuição e cobrança e recuperação de créditos”.
O pagamento do contrato será ancorado na arrecadação e terá carência de seis meses.
Após esse período,o lucro será dividido entre a prefeitura e a companhia paulista.
Parece que o prefeito de Belém, Duciomar Costa, é um profundo admirador da Sabesp. Talvez Duciomar conheça seu desempenho em função dos patrocínios feitos por ela a eventos esportivos que vão desde maratonas, volei de praia e provas de atletismo realizados no Estado do Acre.
Mas, certamente, o prefeito de Belém reconhece – e aí está a razão do contrato – a eficiência da Sabesp em virtude dos alagamentos ocorridos em São Paulo.
São Paulo, a “venesa” brasileira toamada por água por todos os lados.
São Paulo, a cidade alagada, cujo prefeito é vaiado ao tentar por os pés na sua Zona Leste.
É claro que ele não consegue pelo simples fato de não ter levado uma balsa ou um veículo anfíbio para locomover-se.
Já o governador de São Paulo, José Serra – esse lhe falta coragem e dignidade – nem ao menos tentar e ele tenta.
Ele prefere Paraitinga. É lá que estão os elilizados e suas estonteantes manções.
Serra bem que poderia ir juntamente com Gilberto Kassab fazer uma visitinha aos moradores sitiados em seus casebres pelas águas desde o início de dezembro. Quem sabe os conveceria de que a culpa pelos alagamentos dos quais vergonhosamente padecem é de São Pedro e daqueles sebosos cujo número considerável veio do Nordeste que adoram jogar lixo nos canais e nos rios.
O prefeito de Belém é fã incondicional do governador paulista e seu aliado de primeira hora.
Duciomar supõe que, se a Sabesp tiver o mesmo ímpeto arrecadador que tem as praças de pedágios inauguradas pelo governador paulistas ele estará fechando o maior contrato de sua administração.
Aliás cobrar (e reajustar) taxas e tarifas isso é coisa que Serra, Kassab e Duciomar sabem fazer como poucos.
Leliloar o patrimônio público também.
E é justamente isto que Duciomar está fazendo: entregando a Saaeb para terceiros, no caso o governo de São Paulo, aquele Estado cujo mandante é o Mister M da privataria - sócio e abnegado discípulo de FHC, o vendedor do Brasil.
Isso significa o início da venda em leilão pela Prefeitura do Patrimônio Municipal belemense e não somente do Serviço de Água, segundo o jornal Diário do Pará, na sua edição de 08 de janeiro para quem “a cidade está se tornando um objeto de mercantilização em diversos setores”, de maneira que “vender” é a palavra de ordem.
Nas entrelinhas do projeto encaminhado pelo Executivo ao Legislativo municipal, está a possibilidade de “contratar outras modalidades, entre os quais transporte público de passageiros, serviços funerários e cemitérios, operação de trânsito, construção de equipamentos e instalações para exploração de empreendimentos turísticos, de lazer, náuticos, culturais, científicos e tecnológicos, construção de equipamentos urbanos, estacionamento de veículos e construção de garagens subterrâneas em bens públicos e saneamento básico, nos termos da Lei Federal 11.445/2007: captação de água bruta, adução, reserva, tratamento e distribuição de água; coleta, tratamento, transporte, reuso, reciclagem e disposição final de resíduos líquidos, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; drenagem de água pluviais”, denuncia o Diário.
Imagina-se ser esse o “choque de gestão” de Duciomar. Nada diferente e tudo muito igual às práticas demotucanas Brasil afora.
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