ANA CONCEIÇÃO - Agencia Estado
Crítico da aliança PT-PMDB, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), pré-candidato à Presidência da República, disse hoje que não desprezaria coligações e que um eventual governo seu seria baseado em alianças "de ideias" com PT e o PSDB.
"Para governar é preciso aliança, mas uma coisa é aliança para governar e outra é para ganhar eleição. A questão é para que a aliança e em que bases", disse, após participar de um evento com auditores fiscais em São Paulo.
Ciro comparou as coligações à escalação da Seleção Brasileira.
"Não se compõe a seleção aceitando lobby de cartola nem bairrismo de torcida. Você procura dar autonomia para o técnico colocar os melhores. Eu sei que os melhores estão no PT e no PSDB", defendeu. Ele diz ter credenciais para colocar os dois partidos rivais do mesmo lado. "Fiz isso em Belo Horizonte. Na Bahia, todo o coronelismo foi suplantado por uma coalizão PT-PSDB. No Ceará temos um avanço extraordinário. Isso está se replicando no Brasil", argumentou.
Como de costume, o deputado não mostrou simpatia pelo PMDB.
"Dou um fusca zero para quem me disser uma ideia do PMDB nos últimos 15 anos."
O parlamentar confia que o fato de o PSB ser um partido médio, sem a força política dos grandes, não é fator que poderia impedir uma eventual união suprapartidária.
"Se esse argumento fosse levado ao pé da letra, o Lula não seria presidente da República. O PT era menor que o PSB até 2002. Mesmo hoje, vamos disputar o governo em 11 Estados, o PT só em 10."
Ciro disse ainda contar com o equilíbrio da cobertura da imprensa para contrabalançar o pouco tempo que teria na TV, apesar de ter criticado a mídia dizendo que a "imprensa gosta de coisa menor". Continua>>>
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