CONTRADIÇÕES NA CAMPANHA SUCESSÓRIA.



Por anos a fio, o PT e seu líder maior insurgiram-se contra a reeleição. Aliás, com toda razão, por tratar-se de uma vigarice imposta ao Congresso pelo presidente Fernando Henrique,  eleito para um mandato mas conseguindo ficar dois. Se estivesse vivo, o saudoso Serjão poderia contar quanto custou.

Como o Lula conseguiu  eleger-se em 2002, ficou o dito pelo não dito: ele também se reelegeu em 2006, tarefa que conseguiria mesmo se não fosse popularíssimo. Afinal, o presidente que concorre a mais um mandato nem ao menos se licencia. Continua exercendo o poder com as mãos, vale repetir, e o Diário Oficial,  com os pés.

Em entrevista ao “Correio Braziliense”,  publicada hoje, o presidente Lula  faz ostensiva apologia da reeleição. Tem motivos adicionais, como dar a impressão de estar tão certo da vitória de Dilma Rousseff que já antevê dois mandatos para ela. Mais importante ainda, aferra-se à reeleição para criar embaraços  à  hipótese de Aécio Neves tornar-se candidato a vice-presidente na chapa de José Serra. 

O ex-governador de Minas teria abertas as portas do palácio do Planalto, em 2014, caso os tucanos vencessem em outubro. 

O irônico é ter partido de José Serra a sugestão para o Congresso extinguir a reeleição. Logo os tucanos que a criaram...

A conclusão surge clara: convicções nada valem  em política. Variam ao sabor dos interesses. O que era ontem deixa de ser hoje. Amanhã, quem sabe?

Comentário:
A regra básica para democraticamente mudar o calendário eleitoral tem de  ser: Só valer as mudanças que não contrariam as regras pelo que os atuais políticos foram eleitos.

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