Quando a fé religiosa extrapola seus princípios


Luiz Lyrio
Professor de história - Aracaju (SE)

Enquanto houver na Terra um ser humano, existirá a religião. Ela surgiu de uma necessidade vital do homem. Diante da consciência da morte e de sua própria fragilidade, ele, sob pena de perder a razão e a vontade de viver, viu-se forçado a admitir a existência de um ser superior a quem recorrer nos momentos difíceis.

As religiões deveriam apenas cumprir seu papel de confortar as almas e ajudá-las a sobreviver com dignidade "neste vale de lágrimas". Mas, ao longo da história, elas mostraram o quanto são perigosas para o homem quando exercem o poder temporal. Estados teocráticos sempre foram um perigo para a humanidade. Avanços políticos, científicos e sociais, principalmente no campo da moral e dos costumes, são incompatíveis com as religiões.

Funcionando como freios ao progresso da humanidade, paradas no tempo e saudosas de épocas em que não sofriam questionamento algum por parte de milhões de fiéis ignorantes e supersticiosos, as religiões não têm compromisso com a verdade, que para elas se baseia exclusivamente em escritos milenares, nunca reformulados ou submetidos à crítica.

A ação avassaladora de algumas religiões sobre os indivíduos até abalou nossa convicção, defendida até pouco tempo atrás, de que a fé traz benefícios para o homem. Não que estejamos convencidos de que a fé só prejudique as pessoas. Acontece que, por trás da fé, geralmente está uma religião mutilando sua mente.

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