por Carlos Chagas
Decide-se hoje a sorte do projeto ficha-limpa, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A dúvida é saber se o líder do governo, Romero Jucá, pedirá vistas, apresentará emenda ou simplesmente mobilizará as bancadas oficiais para ausentar-se ou votar contra. Qualquer das quatro hipóteses impedirá que a proposta venha a ser votada imediatamente pelo plenário e suba à sanção presidencial ainda a tempo de valer para as eleições de outubro. Ficaria para 2012, desmoralizada e sujeita a mudanças capazes de desfigurar ainda mais o texto apoiado por 1 milhão e 600 mil eleitores.
Senadores como Demóstenes Torres, presidente da CCJ, e Pedro Simon, insistem na aprovação imediata e mostram-se dispostos a enfrentar Romero Jucá, mas o que deve pesar mesmo na decisão da maioria é o interesse do governo. Mais propriamente, do presidente Lula. Há quem suponha que, embalado pelo sucesso de sua incursão no plano internacional, o primeiro companheiro tenha deixado instruções para os senadores do PT votarem como quiserem, na Comissão de Constituição e Justiça e depois, no plenário. Trata-se de um bom sinal, para os defensores do ficha-limpa, em especial diante da informação de que, aprovado, o Lula não vetará o projeto.
A decisão que vier a ser tomada exprimirá a sintonia ou a separação do Senado com a opinião pública. Fosse feito um plebiscito e 99% da população apoiariam a proibição de cidadãos condenados pela Justiça candidatarem-se a cargos eletivos.
Prefiro ficar com a posição do Marco Aurélio Weissheimer, expressada no link abaixo:
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Wagner