O PT do Ceará programou para hoje a noite uma reunião. Vai reafirmar a candidatura do deputado José Pimentel ao Senado.
O governador Cid Gomes (PSB), ambiciona o apoio do petismo. Mas rejeita a absorção de Pimentel em sua chapa.
Declara-se compromissado apenas com o deputado Eunício Oliveira (PMDB), também candidato a uma cadeira de senador.
Estão em jogo, como se sabe, duas vagas ao Senado. Na segunda, Cid deseja acomodar Tasso Jereissati (PSDB), que concorre à reeleição.
Como Tarso apoia a candidatura presidencial de José Serra e Cid a de Dilma Rousseff, a aliança entre os dois precisa ser informal.
Interessado em reduzir a concorrência, o pemedebê Eunício também torce o nariz para a entrada de Pimentel na briga.
Para evitar que o arranjo Cid-Eunício-Tasso prospere, o PT decidiu fazer de Pimentel um candidato irreversível. Daí o encontro desta segunda.
Observa-se no Ceará uma cena parecida com a retratada num poema de Drummond: “Quadrilha” (lá no alto, em versão musicada). Na adaptação cearense, os versos ficariam assim:
Cid ama o irmão Ciro, que não morre de amores por Serra, mas ama Tasso, que jura ter aprendido a amar Serra, que não ama ninguém, exceto a presidência.
por Josias de Souza
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