Solidariedade e Escapismo

Trechos do artigo do historiador dos EUA, Gabriel Jackson

1. A partir de um ponto de vista pessoal, a solidariedade tem sido para mim um importante padrão político e moral, ainda que não seja uma fonte real de felicidade e entusiasmo. Tudo isto me leva à palavra "escapismo", que na minha juventude fazia-me sentir culpado por curtir a vida de alguma forma que não necessariamente melhorando a qualidade de vida dos outros. As forças solidárias já não têm a influência que tinham nas primeiras sete décadas do século passado.

2. Neste contexto, onde se encaixam a solidariedade e o escapismo? Na minha opinião, a importância da solidariedade é mais importante agora do que durante as primeiras décadas do século XX. Naquela ocasião proliferava a esperança, em parte materializada após a Segunda Guerra Mundial graças à criação de estados de bem-estar na Europa, no mundo de língua inglesa e partes da Ásia.

3. A competição pelos recursos naturais limitados, não era tão forte como se tornou posteriormente, nem o problema das alterações climáticas causadas pela industrialização era tão ameaçador quanto agora, em um mundo que ainda parece incapaz de tomar as medidas necessárias a respeito. Além disso, nos anos de formação do século XX, a "solidariedade" somente se aplicou de fato aos ambientes europeus e anglo-saxões, enquanto que atualmente e no futuro terá que ser aplicada em todo o mundo habitado.

4. Daí que a "solidariedade" constitua atualmente uma tarefa mais importante e mais difícil do que algumas décadas atrás. Quanto ao "escapismo": hoje necessitamos mais do que nunca, porque a felicidade humana e, conseqüentemente, à vontade de ajudar nossos semelhantes, depende da manutenção das liberdades políticas que permitem ao indivíduo manter uma esfera interior, em que suas emoções não tenham que render tributo nem a coações ideológicas ou étnicas, nem a interpretações obrigatórias da história.

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