Dá um salto de 15 anos desde a história original. O famoso Capitão Nascimento foi promovido a tenente-coronel e terá seus métodos questionados por um ativista de direitos humanos
A situação está preta não só em Bangu I, presídio que foi tomada pelos bandidos, mas também em casa: por causa de seu temperamento agressivo e da profissão de alto risco, seu casamento com Roseane (Maria Ribeiro) anda de mal a pior e o filho Rafael (Pedro Van-Held) não o vê exatamente como um herói. O adolescente discute a violência praticada pelo pai no combate ao crime.
Nesta sequência de "Tropa de Elite", novamente dirigida por José Padilha, Nascimento deixou de comandar o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em campo para ficar à frente de grampos e investigações na posição de subsecretário de segurança do Rio de Janeiro (que pepinaço!). Nunca um Caveira tinha chegado tão longe na esfera pública, mas ele sabe que só chegou ali porque em época de eleição político nenhum quer ficar contra o povo. Em seu lugar, liderando o grupo em ação nas ruas, está o capitão Matias (André Ramiro), que deixou de ser o ingênuo "aspira" de antes para virar um seguro e truculento frontman na batalha diária.
Diante desse poder nas mãos, Nascimento consegue amenizar a situação do tráfico na capital, mas a "bandidagem" (no sentido mais amplo da palavra) continua à solta, criando novas ferramentas ilícitas para ganhar dinheiro. Desta forma, surgem as milícias (a "polícia da boa vizinhança"), combativas até certo ponto e coniventes - de forma bem discreta - ao tráfico. Os agrupamentos nos morros ainda têm função de cabo eleitoral. Afinal, quem não quer sua morada livre das drogas?
Se o mundo da criminalidade já não facilita seu trabalho - que agora contará com o reforço do mafioso Beirada (vivido pelo cantor Seu Jorge) -, um outro personagem entrará em cena para questionar a imagem de Nascimento junto à opinião pública.
Único papel baseado em uma personalidade real (no deputado estadual Marcelo Freixo), Diogo Fraga, interpretado pelo pernambucano Irandhir Santos (que ficou conhecido na TV na microssérie "A pedra do reino"), é um ativista dos direitos humanos que passa a protestar contra os métodos nada "convencionais" dos caveiras, que inclui tortura e extorsão (a parte podre do Bope).
Com apoio do governador do Rio, que não quer repetir um novo episódio de carandiru e queimar suas chances de reeleição, Fraga luta contra práticas autoritárias e desumanas do Bope, que têm por lema máximas como "bandido bom é bandido morto".
Nascimento então se vê mergulhado na máquina viciada da corrupção. Se no primeiro filme a culpa do tráfico era dos playboys e das patricinhas, os usuários de maconha que davam o pontapé inicial no ciclo de impunidade, agora o alvo da vez são os políticos e demais corruptos, que barganham de qualquer jeito vantagens oferecidas pelo narcotráfico. Talvez esse sejam os novos "vilões" sugeridos no subtítulo.
do Zoeira
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