Os investimentos no Brasil (formação bruta de capital fixo) deverão triplicar nos próximos dez anos. A projeção do Itaú BBA é que esses recursos, que chegaram a R$ 526 bilhões no ano passado, baterão em R$ 1,787 trilhão em 2020.
O estudo foi apresentado pelo presidente do banco, Candido Bracher, durante evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última quarta-feira.
Boa parte dos novos investimentos deverá ocorrer como resultado de projetos relacionados ao pré-sal e aos eventos esportivos internacionais que acontecerão no Brasil nos próximos anos – a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Se os números se confirmarem, a participação dos investimentos no Produto Interno Bruto passarão dos atuais 18% para 22% até 2020.
Segundo Bracher, as projeções foram feitas com base no atual cenário econômico brasileiro e internacional. E mesmo que as principais economias da Europa e os Estados Unidos se recuperem das avarias antes do esperado, avalia o banqueiro, as estimativas não devem apresentar muita variação.
“O cenário interno é favorável depois de 16 anos de política econômica consistente e dos atuais sinais de continuidade”, afirma Bracher. Ele pondera que existe “uma abundância de recursos financeiros, o que parece nos assegurar que os financiamentos continuarão a crescer”.
“Ainda que a economia americana e a europeia se recuperem mais depressa, que as taxas de juros subam e os recursos não cheguem no mesmo ritmo, esse cenário traria um ganho. O Brasil exportaria mais e sobraria mais poupança interna”, analisa. Além disso, diz Bracher, o crescimento da economia interna levaria as empresas a reinvestirem seus lucros no País.
Estimativa. Para 2010 o Itaú BBA projeta investimentos da ordem dos R$ 661 bilhões. Para o ano que vem calcula-se que o montante chegue a R$ 781 bilhões. Também devem ajudar no aumento da formação bruta de capital fixo a própria expansão da economia brasileira, o crescimento do mercado imobiliário e a busca global por novos consumidores, aponta o estudo.
Apesar do cenário otimista, Bracher alerta para a necessidade de clareza jurídica nos grandes contratos que estão por vir à reboque dos projetos do pré-sal, por exemplo.”Como boa parte dos projetos são financiados pelo governo ou tem relação com a Petrobrás, o que os investidores esperam é a maior transparência jurídica possível. Quanto mais forte forem juridicamente os contratos, melhores as condições de financiamento. Isso sempre pode melhor no País”, observa o presidente do Itaú BBA.
Para o Itaú BBA, até o fim de 2011 os juros reais deverão continuar em trajetória de alta. Mas em 2020, projeta o banco, a taxa real deve chegar a 3,62%.
Paula Pacheco – O Estado de S.Paulo
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