Parece haver mais nostalgia antecipada do que cálculo político na declaração do presidente Lula de que não descarta concorrer novamente ao Palácio do Planalto.
Em entrevista veiculada pelo canal RedeTV!, o dirigente petista afirmou ser inevitável cogitar uma futura postulação. "Sou um político nato", justificou-se.
A circunstância que lhe permitiria concorrer novamente torna pouco plausível um retorno próximo. Lula aventou a possibilidade de que problemas na próxima gestão abram as portas para um novo escrutínio com seu nome na urna.
O mesmo cenário foi descrito de maneira explícita por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete e braço direito do atual mandatário. Ao falar ao jornal "O Globo", Carvalho afirmou que uma possível candidatura de Lula em 2014 dependeria do desempenho da presidente eleita.
"Num cenário de a Dilma fazer um governo bom, é evidente que ela vai à reeleição. Se houver dificuldades, e ele for a solução para a gente ter uma vitória, ele pode voltar", declarou.
É pouco razoável supor que uma manobra desse tipo possa ser feita com facilidade. A vinculação entre Dilma e Lula, para fins eleitorais, é inextricável. Ainda que o presidente deixe o cargo com apoio popular inaudito, dificuldades políticas do novo governo comprometeriam suas chances. Afinal, foi ele o fiador da eleita.
Talvez as declarações sirvam como alerta à oposição -que não precisa, porém, ser lembrada de que Lula, para usar uma analogia cara ao presidente, estará na reserva de Dilma, podendo ser escalado para tentar virar o jogo.
É compreensível a angústia do mandatário diante da perda de evidência e poder, tanto quanto é razoável esperar que ele se torne um dos mais atuantes ex-presidentes da história do país. Bem mais, provavelmente, do que Fernando Henrique Cardoso, de cujas intervenções políticas o líder petista se ressente.
Melhor faria Lula se usasse seus talentos de "político nato" em outras iniciativas que não a de pleitear nova eleição ao Planalto -ainda que legalmente nada o impeça de fazê-lo.
Editorial da Folha de São Paulo
Em entrevista veiculada pelo canal RedeTV!, o dirigente petista afirmou ser inevitável cogitar uma futura postulação. "Sou um político nato", justificou-se.
A circunstância que lhe permitiria concorrer novamente torna pouco plausível um retorno próximo. Lula aventou a possibilidade de que problemas na próxima gestão abram as portas para um novo escrutínio com seu nome na urna.
O mesmo cenário foi descrito de maneira explícita por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete e braço direito do atual mandatário. Ao falar ao jornal "O Globo", Carvalho afirmou que uma possível candidatura de Lula em 2014 dependeria do desempenho da presidente eleita.
"Num cenário de a Dilma fazer um governo bom, é evidente que ela vai à reeleição. Se houver dificuldades, e ele for a solução para a gente ter uma vitória, ele pode voltar", declarou.
É pouco razoável supor que uma manobra desse tipo possa ser feita com facilidade. A vinculação entre Dilma e Lula, para fins eleitorais, é inextricável. Ainda que o presidente deixe o cargo com apoio popular inaudito, dificuldades políticas do novo governo comprometeriam suas chances. Afinal, foi ele o fiador da eleita.
Talvez as declarações sirvam como alerta à oposição -que não precisa, porém, ser lembrada de que Lula, para usar uma analogia cara ao presidente, estará na reserva de Dilma, podendo ser escalado para tentar virar o jogo.
É compreensível a angústia do mandatário diante da perda de evidência e poder, tanto quanto é razoável esperar que ele se torne um dos mais atuantes ex-presidentes da história do país. Bem mais, provavelmente, do que Fernando Henrique Cardoso, de cujas intervenções políticas o líder petista se ressente.
Melhor faria Lula se usasse seus talentos de "político nato" em outras iniciativas que não a de pleitear nova eleição ao Planalto -ainda que legalmente nada o impeça de fazê-lo.
Editorial da Folha de São Paulo
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