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por Gaudêncio Torquato

A democracia supletiva

O poder das coisas suplanta o poder das ideias. A hipótese pode parecer um disparate. Inserida, porém, no bojo da sociedade contemporânea – emoldurada pela expansão econômica, despolitização, esfacelamento de doutrinas, luta por interesses setoriais e grupais, administração de coisas materiais, começa a ganhar sentido.

O território da política é o que mais sofre os efeitos dessa nova ordem. E a razão é a crise que assola o modelo de representação.
O declínio dos partidos corrói a imagem dos mandatários e faz nascer múltiplos aglomerados, os quais, por sua vez, procuram substituir a esmorecida instituição política. E por que esta definha? Porque a democracia deixou de cumprir seus compromissos para com a sociedade, como ensina Norberto Bobbio.
A descrença no sistema representativo faz emergir pólos de agregação e contestação fora do Parlamento. Nesse vácuo desponta uma nova designação na fisionomia das nações democráticas: democracia supletiva. O termo, adotado pelo sociólogo Roger-Gérard Schwartzenberg e que indica a existência de uma sub-estrutura em auxílio à democracia representativa, cobre a constelação de entidades que fazem micropolítica, a política do varejo, das pequenas coisas.
Como se avalia a força desse fenômeno entre nós? Por meio da composição da organicidade social. Tanto sob a dimensão vertical (classes sociais, grupos e categorias profissionais), quanto sob o prisma horizontal/espacial (regiões centrais e periféricas), espraia-se vigorosa onda formada por entidades focadas para a intermediação de interesses: associações, sindicatos, federações, clubes, núcleos, movimentos etc. 
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