Fábula


Esopo entende de raposas e de Dantas


A raposa e o socó.


Convidou a raposa a um socó para jantar em sua companhia; devia-lhe obrigações, dizia, e queria obsequiá-lo. O socó aceitou o convite, e foi-se preparando para fazer honra ao banquete de sua amiga. Essa, porém, fez servir uma espécie de sorda, posta em um prato raso. Devia estar saborosa, pois só o seu perfume despertava o apetite; mas como a sorveria o socó com seu comprido e agudo bico? Multiplicou bicadas, magoou-se todo, e ficou jejuando. Entretanto a raposa foi lambendo, e deu com tudo no bucho. Desejoso de vingar-se, mas ocultando sua intenção, o socó agradeceu a raposa a fineza do convite, e disse que lho queria retribuir, convidando-a para daí a oito dias jantar em sua casa. A raposa, que é voraz, aceitou pressurosa. O vingativo socó apresentou-lhe em um vaso de comprido gargalo uma espécie de carne desfiada. No vaso não podia à raposa introduzir o focinho para alcançar a comida, e o socó de cada bicada arrancava e engolia um comprido naco. Quis enfadar-se a raposa, refletiu, porém, e vendo que era uma justa desforra da sua graça, meteu o caso à bulha, e foi-se em jejum, ainda que não emendada.

MORALIDADE: Não prejudique outros, pois achar-te-ás exposto à vingança. (PHA)

Navalha
Esopo telefonou para este ansioso blogueiro e contou outra fábula.
Era uma vez um diretor do combate ao crime organizado.
Ele sentava em cima da investigação.
Porque a investigação pegava o Daniel Dantas, o PSDB e membros do partido do Governo.
O diretor sentava e fingia que não existia investigação.
Era o que recomendava a prudência – e o chefe dele, o Diretorzão.
Aí, houve uma troca de Governo na floresta.
O Diretorzão queria porque queria que o diretor do combate ao crime organizado o substituísse.
Seria uma garantia de que ficaria tudo protegido por aquele que se acostumou a sentar em cima da investigação.
Mas, troca de Governo na floresta tem os seus sortilégios.
Mesmo que seja para trocar um leão por outro da mesma estirpe.
Aí, o novo manda-chuva, um tal de Zé, inadvertidamente, nomeou outro Diretorzão.
Ignorou o pedido desesperado do antigo Diretorzão.
Ai, o diretor do departamento de combate ao crime organizado convidou o novo Diretorzão para jantar em casa.
Ofereceu uma carne desfiada saborosíssima, mas num vaso de fino gargalo.
O novo Diretorzão tem não conseguia introduzir o focinho para alcançar a comida.
E o que o diretor do combate ao crime organizado fez ?
Convidou o Escosteguy, o notável repórter da Época, para jantar em casa.
O que o novo Diretorzão vai fazer ?
O que o Zé vai fazer ?
Nada.
Também eles entenderão que se trata de justa desforra.
E como diz aquele outro grande autor de fábulas do Rio: o bom cabrito não berra.
E o Dantas e o PT que se lixem !

Nenhum comentário:

Postar um comentário