De 2000 para cá, a forma como utilizamos a internet mudou. A chamada Web 2.0 fez com que a rede deixasse de ser apenas uma ferramenta onde otimizávamos afazeres que já nos eram corriqueiros, e se tornasse uma plataforma-base para outras inúmeras atividades apenas virtualmente possíveis, como as redes sociais e os web wikis. A chamada “segunda geração on-line” baseia-se no compartilhamento coletivo de dados onde qualquer um pode tanto obter quanto disponibilizar informações e é essa nova forma de interação que possibilitou uma forma inusitada de humor: os memes da internet.
O termo “meme” foi cunhado por Richard Dawkins em seu livro “O Gene Egoísta”, onde defende que a teoria evolucionista também pode ser aplicada para explicar o funcionamento da cultura humana. Segundo ele, o meme é o equivalente cultural do gene, ou seja, é a unidade básica do conhecimento transmitida conscientemente de um ser humano para outro (ou outros) por meio da comunicação - por exemplo ao observar gestos, ler um livro, etc.. Assim como com o gene, quando absorvemos um meme tendemos a repassá-lo adiante. E a internet (o paraíso da partilha) parece o campo perfeito para isso.
“lolcats”: fotografias de gatos com alguma inscrição divertida sobreposta resultando em hilárias personificações.
Geralmente, um meme da internet vem na forma de vídeo, fotografia, site ou texto. Seu conteúdo causa impacto pelo humor, sarcasmo ou simplesmente por acharmos interessante. Ao checar e-mails, atualizações em redes sociais, fóruns, blogues ou a timeline do twitter, a chance de nos depararmos com algum meme da internet é imensa. Tudo porque uma pessoa de alguma forma encaixada em nossa rede de relacionamentos a recebeu primeiro e repassou. E qualquer feedback que dermos (seja retransmitir o conteúdo ou simplesmente comentá-lo) já é suficiente para fortalecer a popularidade do viral.
Essa "cultura memética" provém de criações amadoras que acabam se tornando piadas internas dos usuários de internet, mas que muitas vezes ultrapassam as fronteiras midiáticas: acabam na tv, jornais, revistas e campanhas publicitárias. Basta reparar nos programas de televisão dedicados às novas sensações do Youtube.
Mas dizem que uma piada, quando muito repetida, tende a perder a graça. E com os memes da internet não é diferente (até mesmo porque muitos deles são piadas): após a exaustão de um tema (e haja criatividade para tal), o viral tende a perder popularidade para outros. Alguns defendem que esta efemeridade é que torna o movimento tão interessante. Cabe a nós, navegantes do mundo virtual, controlar (ou não!) essa vontade de compartilhamento tão presente no comportamento humano.
Leo Strut ou “o andar afetado de Leo”: imagens modificadas com photoshop que exploram a inusitada pose do ator Leonardo DiCaprio numa fotografia tirada durante as gravações do filme Inception.
“Meanwhile in...” ou “Enquanto isso, em...”: imagens de situações ridículas que carregam consigo clichês e estereótipos facilmente ligados a um determinado país ou cultura.
“Evolution of Dance” ou “Evolução da Dança”: vídeo da apresentação do palestrante motivacional e dançarino Judson Laipply, que recebeu mais de 156 milhões de visualizações no Youtube.
Para saber mais: Know your meme – site que documenta memes-fenômenos da internet, como virais, imagens e webcelebridades.
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Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2010/12/internet_-_os_memes_virais_e_o_humor.html#ixzz1JL2ARFn5
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