A polícia do Rio investiga se Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 adolescentes dentro de uma escola em Realengo na última quinta-feira, fazia parte de um grupo extremista, como aparece em textos encontrados na casa do atirador. Nas cartas exibidas ontem pelo “Fantástico”, há trechos desconexos, em que o atirador escreve que deixou o “grupo”, mas não revela sua origem ou o motivo. O assassino cita alinda “Abdul”, relatando ser conhecido de seu pai, que veio do exterior e que teria comprado uma passagem para um dos voos, numa referência ao atentado do 11 de setembro. Wellington ressalta que “mudou” quando começou a ler o Alcorão e mostra ter obsessão por atentados. O material arrecadado na casa do assassino revela ainda que Wellington tentou se inscrever num curso de tiro, pedindo informações específicas sobre uso de revólver calibre 38, uma das armas usadas no atentado.
Assassino conta humilhações e dá suas razões para matar
Numa das cartas obtidas pelo “Fantástico”, Wellington Menezes de Oliveira tenta usar o bullying, a perseguição que diz ter sofrido na escola, para justificar a morte das 12 crianças: “Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus sentimentos.” Ele chama de irmãos as vítimas de perseguição e elogia ação de outros atiradores em série. Parentes do assassino temem sofrer represálias se aparecerem no IML, para reconhecer o corpo. A casa da família, em Realengo, foi apedrejada ontem e teve o portão destruído.
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