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Meu avô usava uma palavra que, quando eu era mais jovem, não compreendia muito bem: usurpador. O usurpador é aquele que se apodera de algo, em proveito próprio, de forma indevida. Foi essa palavra que me veio à mente, agora, lendo a matéria da Folha de S. Paulo, onde se diz que Dilma “vetou” uma decisão unilateral do Bradesco sobre quem deveria ser o novo presidente da Vale.
Ora, o Bradesco decidir quem deve ser o presidente da Vale, como fez, ao longo de dez anos em que o sr. Agnelli dirigir a mineradora se encaixa perfeitamente à palavra que o velho Briza usava.
Pois trata-se de uma usurpação.
A Vale é controlada por uma associação de acionistas, a Valepar, que tem 53,5% do capital votante.
Na Valepar, os fundos de pensão públicos e o BNDES (via BNDESPAR) têm 60,5% dos votos. Três quintos, portanto. O Bradesco, via Bradespar, 21%. Um quinto.
Que diabo de “lógica” é essa em que um acionista que têm um quinto do capital deve decidir unilateralmente quem vai dirigir a empresa e o sócio que tem três quintos deve apenas dizer “amém”?
Mesmo o acordo de acionistas – lesivo ao Estado – que prevê que a escolha do presidente e da diretoria deva ser feito por pelo menos dois terços do capital, em nenhum momento esse direito é preferencial ao Bradesco.
Portanto, o que o Governo fez não foi uma intervenção, foi cumprir sua obrigação, como acionista direto e indireto da Vale, de negociar uma solução coerente com o interesse nacional, como é seu dever.
O Bradesco indicar, de novo, sozinho o comando da empresa é que seria uma usurpação.
do Tijolaço
É hilária esta esquerda brasileira. Aqui mesmo neste blog por diversas vezes a "privatizaçlão" da Vale foi criticada. Eu sempre afirmei que era uma privatização para inglês ver, que o que havia ocorrido era a profissionalização da administração da empresa.
ResponderExcluirO que o Brizola Neto está dizendo foi o que eu sempre disse e sempre fui contestado pelo Briguilino. Agora a cantiga é outra. O chefe mandou faremos todos.
Agora como prova que eu tinha 100% de razão, Dilma Rousseff intervem na empresa e troca uma diretoria profissional que transformou a Vale na segunda maior mineradora do mundo, que criou 68.000 novos empregos, que recolheu milhões de reais a mais de impostos, que favoreceu grandemente a balança comercial brasileira e que cresceu mais do que a Petrobrás, por um presidente amigo, que quase quebrou a Vale Canadá (Inco) com uma grave de mais de um ano e meio, e que saiu da Vale por incompetência.
Brizola Neto, no seu tijolaço, matreiramente não diz que sempre houve, durante os dez anos passados, oito dos quais na administração Lula da Silva, um acordo de acionistas pelo qual o governo nomeava o presidente do conselho de administração da empresa e o Bradesco, acionista minortitário, nomeava o presidente executivo.
Se houve usurpação na Vale foi com o conhecimento e a conivência de Lula da Silva. Portanto não me vanham agora com este argumento de má fé de que houve usurpação.
O problema é que a administração profissional nomeada pelo Bradesco conforme acordo firmado com a Valepar do Banco do Brasil durante o governo do chefão mafioso Lula foi mais eficiente do que os incompetentes nomeados para a Petrobrás, e isto a esquerda impatriótica do Brasil não pode aceitar.
Sempre tive ou não razão Briguilino?